Jenipapo comemora emancipação com festa

jornal Turma da Barra

 

 


Lagoa do Joaquinzão em Jenipapo dos Vieiras


por Heider Moraes

 

A cidade de Jenipapo dos Vieiras completou 11 anos neste sábado 10.
Poucos dias antes da festa em comemoração ao aniversário,
Heider Moraes e Pablo Oliveira, editor do jornal impresso Acorda,
estiveram na cidade.
 

por Heider Moraes


   
         Há quase oito anos estive em Jenipapo dos Vieiras. Na época, o prefeito, em final de mandato, era o Frei Gomes. Lembro de uma cidade a lá filme de faroeste: ruas sem calçamentos, em que os moradores jogavam água para evitar a poeira. Energia de vez em quando. Na memória também o prédio da prefeitura, adaptado de um colégio bem no centro e uma lagoa imensa, senhoras lavando roupas e senhores lavando cavalos, éguas, jumentos sei lá mais o quê. Mas lembro sobretudo da localidade aprazível e do povo acolhedor e muito simpático.

            De volta ao Jenipapo, Jenipapo me surpreendeu. Não pelo povo, que continua simpático e acolhedor. Mas pelas mudanças, creio, implementadas nestes 11 anos de emancipação. A imagem é que tudo fora mudado. E creio que para melhor.

            Ainda na entrada da cidade, no trevo de estradas entre povoados,
vi um monumento anunciando o perímetro urbano, uma estação de energia da Cemar e as ruas praticamente todas calçadas, ora com pedras do Cateté ora com paralelepípedos. Um novo prédio da prefeitura e câmara dos vereadores, um posto de saúde que parece um hospital e a lagoa em processo de embelezamento, para torná-la fonte de renda, atraindo turistas.

            Vi também uma variedade comercial, de mercearias a supermercados, oficinas mecânicas de carros e motos, caixa eletrônico, sindicato, sede de partido político e até uma novidade: banheiros públicos para homens e mulheres, que entendo que devam servir aos visitantes, especialmente àqueles moradores de povoados vizinhos. Mostraram-me uma casa onde funciona uma boate e no antigo colégio, onde funcionava a prefeitura, foi transformada em agência dos Correios e biblioteca municipal.

            Observei também que nas ruas não havia lixo, crianças e adolescentes uniformizados das escolas, alguns no convívio de amizade, outros paquerando e namorando, pessoas pra lá e pra cá, naquele ambiente normal de cidade com várias funcionalidades. Vi também maior número de carros e principalmente de motos. E do alto, onde fica o prédio da prefeitura e a casa do prefeito, vi que a cidade cresceu, a população aumentou e como aumentou.

            Do centro fomos à lagoa, a lagoa do Joaquinzão. Aprendi esse nome com o secretário de Obras, Jamil Rabelo, que me fora apresentado pelo Domingos Augusto Maranhão, que trabalha para a prefeitura do Jenipapo como consultor cultural.  E a constatação é que a lagoa está muito, muito mais bonita.

            Domingos Augusto passou um tempo me explicando como vai ficar a lagoa do Joaquinzão após as mudanças. De um lado, dizia-me, vão ser instaladas quatro barracas padronizadas, em forma circular, numa cobertura especial de palhas, tal qual o bar Caneleiros, na Tresidela, que também é de autoria do Domingos, ex-secretário de Cultura de vários prefeitos cordinos. Na outra margem, são três barracas e um espaço para um bar-restaurante maior.

            Nessas barracas, detalhava Domingos, vão funcionar ora como bar ora como restaurante. Numa delas, propagandeou, um jenipapense que trabalhou em São Paulo como maítre de um restaurante, vai oferecer um peixe totalmente diferente de tudo que há na região. O secretário Jamil Ribeiro complementou dizendo que a intenção do projeto é atrair turistas para Jenipapo e competir com Barra do Corda. "Queremos tirar de Jenipapo aquela imagem de povoado", frisou.

            Pedi ao secretário Jamil para me apresentar ao prefeito Gean Albuquerque. Nos deslocamos até a casa do prefeito. Uma casa grande, que chama a atenção pelo tamanho da mesa instalada na sala. Sem brincadeira, cabem 80 pessoas. O prefeito não se encontrava, mas em compensação conheci familiares e a irmã, Cléia Albuquerque, que nos deu uma atenção toda especial, insistindo que almoçássemos. Explicou-me que aquela mesa é porque eles recebem muitos amigos.

            Nos despedimos do secretário Jamil e do consultor Domingos Augusto e fomos visitar o ex-prefeito Chiquinho Almeida, que mora numa ampla casa no centro da cidade. De cara, disse ao Chiquinho: "estou surpreendido com o que vejo no Jenipapo". Convidou também para  almoçar, mas bebemos água. Mas de lá do quintal da sua casa, com a visão privilegiada da cidade, explicou-nos um pouco do Jenipapo, para onde estava crescendo, dos trabalhos de calçamento nas ruas e da urbanização da lagoa do Joaquinzão, que nos disse que começaram na sua gestão, nos contextualizando dos problemas do município.

            Então, fomos informados que atualmente o Jenipapo tem por volta de 14.700 habitantes e que os maiores povoados são o Jacaré, com 1.500 moradores, e Lagoa do Coco, com 1.200. Perguntamos pelo ex-prefeito Frei Gomes. Chiquinho respondeu-nos que atualmente Frei Gomes deixou a igreja e "está aí", "apóia o prefeito Gean". Mas observou que "Frei Gomes não calçou nada aqui em Jenipapo". Chiquinho disse que todo calçamento começou na sua gestão: rua Grande, rua do Mariano e rua do Posto com igreja Católica.

            Particularmente ao conversarmos sobre política, Chiquinho disse que "Gean é um forte candidato, mas tem muitos problemas". Explicou que a população de Jenipapo aguarda um relatório da CGU - Controladoria Geral da União - que esteve averiguando as contas da prefeitura.
Acredita que serão reveladas irregularidades. De qualquer forma, afirmou, no governo Lula as verbas para Jenipapo melhoraram. O FPM que tinha repasse de 0,6% no seu tempo, sustenta Chiquinho, passou para 1,0%. Dos nove vereadores, três estão na oposição.

            Nos despedimos da cidade jenipapense. Ainda sob o impacto da surpresa, levando a certeza que Jenipapo firma-se cada vez mais como cidade, dando adeus aquele aspecto de povoado calmo, em que o tempo não passa. O clima pelo contrário é de cidade que quer crescer. Até comentamos que caso não tivesse sido emancipada continuaria como Três Lagoas do Manduca, Ipiranga e Santa Vitória, somente para citar esses três grandes povoados de Barra do Corda, que eternizam-se em sonhos, pois praticamente nada recebem de benefícios da prefeitura barra-cordense.

            Para finalizar a visita, Pablo e eu almoçamos no restaurante Bom Gosto, no povoado Santa Maria, sem dúvida uma das melhores comidas caseiras da região. Vale a publicidade até mesmo pelo atendimento. E ali no restaurante, fizemos uma saudação especial ao Jenipapo cumprimentando-o pelo aniversário, que logo logo estaremos de volta, quem sabe, para novas surpresas. E os nossos desejos, ao JV, de um feliz aniversário. Saúde e vida longa ao Jenipapo.

*Heider Moraes é jornalista

 

Vejam fotos de Jenipapo dos Vieiras: Clique aqui
(TB/12/nov/2007)