Artigo
Feliz Natal e uma reflexão
jornal Turma da Barra

"Não podemos reparar o que passou, mas fazer diferente daqui para frente. 
Que tal começar e todos nós, do TB, adotarmos cartinhas de criancinhas. Nos próprios Correios tem um montão!
            Talvez Deus espere de nós um espírito mais solidário, amigo e honesto"

*Yuri Heider

            Não sei se por desleixo ou por egoísmo ou mesmo por iniquidade, mas a maioria das pessoas passa o ano todo sem olhar para o próximo.
            De fato, está chegando a data que deixa nossos corações mais brandos, enobrecidos, cheios de sentimentos. Natal e dezembro são nascimento, vida, compaixão, solidariedade.
            Estava em casa, no facebook, como de costume, quando me apareceram várias cartinhas de criancinhas que fazem tratamento no Hospital São Marcos, aqui em Teresina, e que lutam contra o câncer.
            Pediam presentes. Realização de verdadeiros sonhos para estas crianças. Os presentes são os mais variados, a saber: um tênis; uma boneca “da maior que existe” (sic); roupinhas; um videogame do ben10; a boneca da Fiona.
            No entanto, o mais importante, além dos presentes, foi observar a satisfação e a vontade de viver em cada cartinha que lia. Mesmo em tratamento, demonstram felicidade, vivacidade, amor. Esbanjam alegria!
            Naturalmente, muito emocionado, espalhei cartinhas por toda casa. Mamãe adotou algumas, meu pai outras, eu e minha irmã mais outras tantas.
            Realmente, a data nos torna mais vulneráveis, reflexíveis. Por que só lembramos dos nossos irmãos nessas datas? Por que não ajudamos em outros momentos de todo o ano? Algumas respostas surgem, como explicação, mas não como justificativa.
            Não podemos reparar o que passou, mas fazer diferente daqui para frente. Que tal começar e todos nós, do TB, adotarmos cartinhas de criancinhas. Nos próprios Correios tem um montão!
            Talvez Deus espere de nós um espírito mais solidário, amigo e honesto durante o ano todo, mas, pelo menos, é uma forma de reparar um erro inescusável da maioria que passa o ano na “correria”, sem achar o tempo para o irmão ao lado que, às vezes, só precisa de carinho e palavras amigas.
            Avante, TB!
            Um Feliz Natal a todos.
            Que Deus abençoe a todos nós!

*Yuri Heider Carvalho é estudante de Direito, mora em Teresina (PI)


(TB/5dez2012)

Artigo
O triângulo formador
do ser humano

jornal Turma da Barra

*Yuri Heider


            Pegando carona no belo texto do nosso colega articulista Diêgo Lacerda, vos digo: tendo a ser produto do meio. Não se pode atribuir ao ser humano uma definição precisa como na matemática. Não se dá para afirmar, ao se falar do ser humano, que dois mais dois são quatro.
            Por outro lado, podemos afirmar que, nestas condições, você tende a ser assim ou não. Isso porque o ser humano não é dado, não é exato, não é axioma. O homem é feito de um triângulo que retira seu caráter matemático da ação e do produto da ação, que são: psíquico, biológico e social.
            Neste raciocínio, aquele que nasce numa favela, que mora e convive com o tráfico, tende a se tornar um bandido, um marginal e traficante. Porém, pesquisas revelam que nem todos que convivem com estes mesmos elementos chegam aos mesmos resultados. Isso nos confirma o que afirmamos: Tendemos a ser produto do meio (social), mas não somos, matematicamente, produtos do meio.
            Isso, por exemplo, explica porque homens de classe média, bem de vida e educados, entram na criminalidade. Porque, nestas circunstâncias, era para chegar a resultado "x", mas como é apenas uma tendência nem sempre se chega a ele, podendo ser modificado de acordo com as ponderações feitas pelo psíquico, biológico e social de cada um.
            Portanto, ao afirmar quem somos devemos nos definir como pessoas existentes em um meio social, que sofre influência do mesmo, mas que se autodetermina de uma forma ou de outra de acordo com a ponderação de um conjunto de fatores, de ordem social, psicológica e biológica.

*Yuri Heider Carvalho, 21, é estudante de Direito, mora em Teresina (PI)

(TB/20nov/2011)

Artigo
Carnaval em Barra do Corda:
Luxo ou necessidade?

jornal Turma da Barra

*Yuri Heider


            Todo município tem seu orçamento. Em Barra do Corda não é diferente. O Tribunal de Contas do Estado faz a fiscalização da aplicação dos recursos. São recursos para as mais diversas áreas: educação, saúde, saneamento básico, segurança pública, moradia, lazer, etc.
            Aqui em Teresina, a Promotora de Justiça, DE FORMA INDEPENDENTE, aconselhou a Prefeitura Municipal de que não deveria usar recursos da Prefeitura para ajudar as escolas de samba a fazer o carnaval de Teresina, que era de praxe.
            Ao invés de buscar o Poder Público, foi sugerido pela Promotora que as Escolas de Samba procurassem outras formas de financiamento do carnaval, como, por exemplo, a iniciativa privada.
            O argumento sustentador de tal recomendação é que há áreas mais importantes e necessitadas de atenção, como: saneamento básico, educação etc. Dessa forma, não se recomendando a Prefeitura deixar de usar os recursos nessas áreas mais prioritárias para “ajudar” as Escolas de Samba.
            Nessa mesma ótica, em Barra do Corda deve-se repensar a utilização de verbas públicas vultuosas para a realização do carnaval da cidade, conhecido por toda região.
            A problemática é a própria prefeitura quem cria: não se investe em educação, saúde, saneamento, infraestrutura básica, mas dinheiro para o carnaval está lá... Como se explica isso?!
            Enquanto, todos os anos, dezenas de pessoas ficam sem água, luz, sem um simples médico pra diagnosticar uma febre em uma criança, sem um professor satisfeito dentro de uma sala de aula... Como se falar em alegria, em felicidade daqueles que sempre estão necessitados?
            Veja-se a quantidade de “bandas” que irão fazer propaganda em cima do trio para o Prefeito Nenzin. Quebra total do principio da impessoalidade que deve ser presente na Administração Pública.
            E nesse emaranhado todo, pergunto-me: quando vamos ter pessoas sérias na administração pública? Pessoas que entendam que primeiro as coisas primeiras. Como festa vir antes da saúde? Como brincar sem saúde? Como festejar sem educação, sem qualidade de vida?
            É empurrar, mais uma vez no povo humilde e ignorante, uma vontade que não é geral nem maioria, pois quem vai querer brincar com a cidade nesse estado? É preciso, mais uma vez, que o Ministério Público fique de olho nas ações da administração municipal, porque nós estamos de olho nele (MP), há muitos dias. Retidão, correção e legalidade devem respaldar os atos de qualquer autoridade pública. Lei de responsabilidade fiscal NELES, MP, a sociedade exige, suplica!

*Yuri Heider Carvalho, 20, é estudante de Direito, mora em Teresina (PI)


(TB/3fev/2010)

 

Artigo
Aos ingênuos:
Direito e política

jornal Turma da Barra

*Yuri Heider


            Tema bastante controverso é o que trata sobre a definição de Direito. Há autores das mais diversas linhas científicas e dogmáticas. Naturalistas, positivistas, neokantistas, por aí vai. Há quem diga que Direito é a arte do bom e do justo. Há outros, porém, que dizem que Direito é o ordenamento jurídico de um país regido num sistema escalonado de normas, estando no topo desse sistema a Constituição Federal.
            Não obstante, todas as correntes têm seus pontos positivos e negativos. No entanto, o que me intriga é achar que decisões importantes para o país, ou que envolva questões políticas serão resolvidos apenas na seara do Direito. Seria, portanto, o Direito pelo Direito.
            Não, não se resolve as questões mais complexas, jogo de grandes interesses, de poder, apenas com o Direito. Infelizmente, o que é bom e o que é justo é flexível, é moldável, não é visível nem palpável, também não é um axioma, portanto, não tem precisão matemática. Também o ordenamento jurídico é regido e feito por homens, homens do próprio poder, e também, através da hermenêutica, não é algo matemático, concreto. Costumo dizer que cada ponto de vista é uma vista de um ponto.
            O Direito e a Política nas questões mais complexas estão interligados. Primeiro, pela fraqueza dos homens que decidem. Fraqueza espiritual, moral, intelectual, de todos os níveis imagináveis. Além disso, existe aquilo que chamamos de gratidão. Muitos, por terem sido indicados por fulano e sicrano, acham que devem favores, e quando são cobrados por esses favores geralmente são deferidos.
            É dessa forma que o Sistema apodrece. O que era para ser a Lei pela Lei. O que era para ser Duro Lex, sed Lex, isto é, a lei é dura, mas é lei, vira jogo de interesses regido por uma orquestra de juízes que compõe seu acervo de fundamentação através de uma retórica aparentemente coerente, mas que não passa de palavras distorcidas, de notas musicais de tensão (no caso da orquestra).
            É por esse motivo que às vezes se deve repensar todo o nosso sistema vigente, no sentido de dar maior independência, sem indicações políticas. Por que indicar, se pode haver concurso para que o mais bem preparado saia vencedor e cumpra seu papel constitucional como cidadão e servidor público?
            É dessa forma que o Direito é tão lindo, mas falível, entristecedor. De um lado, as belas letras da lei, geralmente elaborados por grandes juristas em anteprojetos. Do outro, aplicadores que distorcem as fundamentações de acordo com os interesses que mais lhe são convenientes.
            E ainda há gente que diz que decisões superiores são baseadas apenas na lei... Sinceramente, já passei do tempo da ingenuidade. Não acredito mais em fadas e presente de papai Noel que entra pela chaminé.

*Yuri Heider Carvalho, 20, é estudante de Direito, mora em Teresina (PI)

(TB/8dez/2010)

Artigo
Educação e Cidadania
jornal Turma da Barra

*Yuri Heider


            Sobre cidadania o dicionário de língua portuguesa afirma: “qualidade de cidadão”. Renomado estudioso diz, em estudo especializado: Cidadania é o direito de ter direitos.
            O ser humano nasce como uma folha de papel em branco. No decorrer da vida sofre influência de vários meios e formas. A família, por exemplo, na sua socialização primária, e a escola também. É nestas entidades, a principio, que ele aprende a conviver em harmonia, aprende valorar determinadas condutas, e a ter uma moral digna dos padrões da cultura em que vivemos.
            E é diante da família e da escola que começa o processo de ser cidadão. É em cada aprendizado que se tem noção dos direitos e deveres que englobam nosso conceito de Cidadania. E isso significa, em termos atuais, ser educado.
            Não nos retemos, neste caso, a educação no sentido apenas formal, mas toda educação que acrescente e valorize o ser humano como um sujeito de direitos e conhecedor desses direitos. É neste momento, quando somos sujeito de direitos e de conhecimento, que a Cidadania adentra nossa vida através da Educação.
            A educação, no campo escolar ou informal, através das práticas de vida, convivendo com outras pessoas mais experientes, observando as situações do dia-a-dia, vivendo e aprendendo, e não só aprendendo, mas apreendendo, é que fazem nos tornar cada vez mais conhecedores de direito, isto é, pessoas cidadãs.
            É na educação que a cidadania encontra, portanto, um pressuposto para que a alcancemos. É apenas pela Educação que conseguimos discernir, através de um senso crítico, que nem tudo deve ser separado para ser distinguido.
             A consciência, já que estamos em período eleitoral, na hora de votar é essencial. É nesses casos que a Educação, indispensavelmente, é pressuposto, ou condição, para que sejamos realmente bons cidadãos, se é que existem tecnicamente cidadãos ruins.
            Diante disso, é irrefutável a idéia de que o ser humano tende a ser produto do meio. Não é produto do meio, porque nem sempre quem nasce em torno da criminalidade é criminoso. Mas, diante de circunstâncias adversas, é através das influências positivas ou do senso crítico adquirido através de uma educação formal ou informal que eles se tornam pessoas probas, convictas de seus direitos e deveres, portanto, cidadãos.
            É preciso, mais uma vez, já que estamos em ano de eleição, entender que a Educação é pressuposto para a cidadania. E se quisermos, realmente, fazer do nosso país um Estado Democrático de Direito verdadeiramente, devemos nos focar na Educação como meio para chegarmos a um objetivo: O cidadão.

*Yuri Heider Carvalho, 20, é estudante de Direito, mora em Teresina (PI)

(TB/25set/2010)

 

Artigo
Férias em Barra do Corda
jornal Turma da Barra

*Yuri Heider


           
Passei o último final de semana do mês de julho em Barra do Corda. Entrada da cidade bonita. Fachada diferente. Pura fachada... Ao adentrar na cidade, os problemas são os mesmos: buraqueira em todo lugar, sinalização malfeita, motoristas desobedientes, e muitas vezes, mal-educados.
            O prefeito da cidade, Sr. Nenzin, precisa dar um jeito urgente nas ruas da cidade. Chega de tanto amadorismo. O asfalto da cidade tem que ser bem feito. Barra do Corda tem crescido. Não há como suportarmos uma administração tão incompetente como essa. Nunca vi secretário não pedir aos engenheiros que nivelem a rua para passar a camada asfáltica. Simplesmente jogam o asfalto por cima de lombadas, buracos e tudo que se tem direito. Quem tiver trator e for fazendeiro, se dá bem... Quem tiver carro popular, melhor andar a pé ou terá que fazer revisão em seu carro dois em dois meses.
            A sinalização é outro problema sério. Sinais desnecessários um em cima do outro.  Além de ser desnecessário a simplesmente colocação dos sinais em determinados pontos, a duração do mesmo é exagerada, não existe! Nem aqui em Teresina, que é onde moro, com o trânsito que possui, não vi sinais demorarem tanto a abrirem como em Barra do Corda. Outro detalhe: os sinais ficam todos fechados no Guajajara e ninguém anda pra lugar nenhum.
            A questão das motos está virando ditadura. O prefeito, ao seu modo, sem respeitar nenhuma orientação especial, tem colocado estacionamentos privativos para motos em toda parte da cidade, pintando o asfalto com sinalização ao seu bel prazer. Os comerciantes, como eu tenho visto, tem perdido clientes por não terem onde estacionar. É um descaso total!
            Motoristas e motoqueiros, por sua vez, reflexo da administração e do governo que os comandam não respeitam a sinalização, mesmo que malfeita. O sinal abre, e quando você ainda está passando, por conta da buraqueira, ele já fecha... No entanto, precisa-se respeitar a sinalização de trânsito.
            Infelizmente, a única coisa que se tem a elogiar é o asfalto que colocaram na rua da casa do vereador “Markin”, na Altamira, além do posto chamado Alvorada, que é mais conhecido como "Garage" que, por coincidência, também merece elogio, pois pertence ao deputado Rigo Teles. Porque só as coisas do prefeito e dos aliados dele têm obtido êxito naquela cidade sem comando, sem lei, sem nada...

*Yuri Heider Carvalho, 20, é estudante de Direito, mora em Teresina (PI)

(TB/5ago/2010)

 

Artigo
Evolução do carnaval
em Barra do Corda

jornal Turma da Barra

*Yuri Heider


         O carnaval é a festa mais democrática que existe. Participa quem quer. No entanto, nos últimos tempos, em Barra do Corda, tem-se modificado a organização, estrutura e principalmente os atores principais. Para alguns, melhor. Para mim, pior.
         Antigamente, lembrava que o carnaval era na praça e existiam as turmas. Dona Inês mais a Ana do Misael com seu litro de uísque com coca-cola; Tinha a “pachecada” como é carinhosamente chamada a Família Pacheco; Tinha Mauro Heider, Mário Helder, Dr. Bernardo e companhia, família Ferreira e amigos... pessoal da família Falcão, e por aí vai.
         Os blocos eram formados de pessoas
conhecidas. Você chegava no “Os Empoados” e se sentia em casa. Todos gostavam, porque os blocos passavam pela praça, sempre pelos lugares mais calmos, fazendo com que até aqueles foliões mais calmos e afastados da concentração maior de pessoas participassem do feito.
         Eu, quando pequeno, me lembro que o “Espalha Brasa” passava pela Rua Tiradentes quebrando a esquerda, descendo pela rua Pedro Braga. Eu ia pra casa da minha avó, na Rua Tiradentes, e me vestia de fofão. Adorava... Recebia carinho de todo mundo, e os familiares e amigos quando passavam perto, vinham me dá abraço e brincar comigo.
         Lembro que dizia assim, quando o Espalha Brasa chegava: “É vavaval, é vavaval, é vavaval...” e começava a bater num tamborzinho que ganhei de presente.
E gostava mais ainda de ver a figura do Já Morreu arrastando uma tampa de fogão, fazendo a maior zoada pelas ruas da cidade.
         Depois que terminava de passar os blocos, eu ia com minha mãe e babá para a praça passear. Eu achava o máximo... Todo mundo se conhecia, todo mundo se cumprimentava, todo mundo brincava comigo. Era uma diversão só.
         O carnaval é uma festa democrática, sim. Mas a sua estrutura, organização e evolução, às vezes, não trazem sempre uma positividade, isto é, um progresso. A meu ver, e isto implica em fazer juízo de valor, relativo de cada pessoa, tem piorado. No entanto, continuo gostando de ver as brincadeiras sadias, as pessoas alegres e a diversão da maior festa popular do Brasil, e quiçá do mundo.

*Yuri Heider Carvalho, 20, é estudante de Direito, mora em Teresina (PI)

(TB/20fev/2009)