Matéria
Oposição se reúne e marca passeata de protesto
para 21 de março

jornal Turma da Barra

 

*Urias Matos
Repórter especial do TB


            Um encontro inédito e histórico de lideranças da oposição barra-cordense marcou a reunião realizada na noite chuvosa de sábado 12 no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra do Corda.
            Além de Antonio Soares, que serviu de anfitrião e historicamente um dos mais combativos membros da oposição cordina, reuniram-se os ex-prefeitos Elizeu Freitas e Avelar Sampaio, o vereador Erick Costa, os ex-vereadores Adão Nunes, Gil Lopes e Chico Gomes, o já folclórico ex-candidato a senador Charles Eletricista e mais cerca de 100 outros líderes políticos.
            Em seu discurso de abertura, o chefe de gabinete do senador João Pedro, que também já foi candidato a deputado estadual e vice-prefeito da cidade, Antonio Soares, cobrou uma mais efetiva participação popular para exigir ações da justiça em relação aos escândalos envolvendo a família do prefeito Nenzin e questionou o comportamento parcial da justiça de Barra do Corda: “Não podemos mais aceitar uma justiça que claramente tem comprometimento com poder público local”, exclamou em tom de revolta.
            Por fim, Soares colocou-se como pré-candidato a prefeito e disse que seu nome deve estar na relação que segundo ele, ainda contam nomes como Gil Lopes, Avelar Sampaio, Erick Costa e Sizenando Souza.
            Já para Gil Lopes, que também já foi candidato a deputado estadual, a prefeito e vereador por três mandatos, a cidade enfrenta uma crise gravíssima e o momento é de ação. “É preciso que se inicie um movimento de repúdio agora, não podemos perder o bonde da história e deixar que esse bando de corruptos continue impunemente a rir do nosso povo sofrido e roubar dinheiro que também é do povo”. E pediu, finalizando seu discurso, o apoio da oposição que segundo ele deverá estar unida e coesa.
            Em seu pronunciamento, o vereador Erick Costa repudiou as manobras de membros da Câmara Municipal que, por conta dos escândalos, não realizam mais sessões, ora usando a desculpa da falta de quórum, ora a desculpa de uma reforma no prédio. Para Erick, o legislativo municipal nesse momento foge do povo.
            O vereador informou ainda que preparou um requerimento para instalação de uma CPI para apurar  as denúncias que vieram à tona com a operação Astiages da Polícia Federal, que decretou a prisão do prefeito e de sua família, mas que apenas os três vereadores da oposição assinaram o pedido e rogou à população que cobre a ação dos vereadores. “Para a instalação da CPI precisamos apenas de mais uma assinatura, mas a gente sabe, infelizmente, que é complicado, pois o prefeito mantém sua bancada na rédea curta e se a população não participar, não for às sessões da Câmara cobrar uma ação dos vereadores, nada será feito”.
            Erick Costa informou ainda aos presentes que reuniu-se com o delegado que comandou a operação Astiages. Segundo o parlamentar, um documento solicitando informações sobre o processo decorrente da operação, que hoje corre sobre segredo de justiça, foi protocolado junto ao STJ. De posse do documento, os vereadores da bancada da oposição pretendem investir em ações contra o prefeito e também encaminhá-lo à Assembléia Legislativa, pois ainda segundo o vereador, o delegado confirmou o indiciamento do deputado Rigo Teles, que não teve sua prisão decretada durante a operação Astiages por ter imunidade parlamentar e seria necessária uma autorização do presidente da Assembléia Legislativa para tal, o que comprometeria a operação.
            Representando o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, o ex-presidente da entidade Manoel Capucho informou que após o desencadeamento da operação Astiages enviou oficio a todos os vereadores para uma reunião de urgência para que o assunto fosse tratado, segundo ele, apenas o vereador Erick Costa apareceu. Em tom de revolta, Capucho conclamou a sociedade para ir às ruas. “É hora de irmos a luta, é hora de nossa sociedade brigar por uma cidade mais honesta e melhor”, concluiu.
            Em suas palavras, o bancário e pré-candidato a prefeito Sizenando Costa citou o sentimento de revolta de toda população e repudiou a ação do judiciário que, segundo ele, continua calado como se nada acontecesse. Sizenando propôs a criação de um “Comitê de Crise” para provocar os poderes e se mobilizar constantemente para tentar desestabilizar a família Nenzin. Por fim cobrou o papel da oposição: “É a hora da mobilização, precisamos mobilizar a opinião pública, e essa reunião pode e deve ser a base para essa luta atual e para a luta futura da oposição para o lançamento de um candidato único”, completou.
            Com o discurso mais forte e contundente da noite, o ex-prefeito Avelar Sampaio abriu suas palavras conclamando a população para manifestar-se em frente ao Fórum da cidade. Segundo o ex-prefeito, o juiz e promotor Guaracy deverão saber da revolta popular e dar conta que povo não aceita o que eles estão fazendo com Barra do Corda. Avelar repudiou as declarações do prefeito Nenzin que teria dito numa reunião pública ao filho Pedro Teles, preso pela operação Astiages, que a vereadora Nilda Barbalho, sua esposa, não seria candidata e sim prefeita de Barra do Corda.
            Avelar também discorreu sobre as duas casas construídas no bairro Altamira para serem presenteadas a membros do poder judiciário local. “Os próprios pedreiros que trabalham nas casas nos disseram que elas estão sendo construídas para o juiz e para um secretário do Fórum, que justiça é essa?” questionou o ex-prefeito.
            Ainda segundo Avelar, deve ser baseado nessa situação que o prefeito Nenzin espalha na cidade que ele manda no juiz e no promotor, finalizou.
            Ao final da reunião foi decidido que uma manifestação será realizada na segunda, dia 21 de março, partindo às 8h da manhã do Sindicato dos Trabalhadores, seguindo pelas ruas do centro e indo concentrar-se na praça Melo Uchoa. Os organizadores pretendem distribuir pedaços pretos de tecido aos participantes para marcar o protesto e simbolizar o grave momento que passa a cidade de Barra do Corda.

(TB13/mar/2011)