O fundador de Barra do Corda clama por uma estátua em sua praça
jornal Turma da Barra

 


Quadro do fundador Melo Uchoa
de autoria de Pedro Luz

 

 

*Álvaro Braga

            O fundador Manoel Rodrigues de Melo Uchoa espera, pacientemente, há 152 anos, em sua cova, à praça Gomes de Castro, vizinho à do cacique Caiuiré Imana (Caburé), ali próximo a uma mamorana que fica ao lado do prédio Nal-Canela, na entrada para o Sítio, que se faça justiça com aquele que descobriu Barra do Corda, em 3 de maio de 1835.
            O antigo cemitério São Benedito que ficava naquela quadra, originou também o nome do porto das Almas, pelo temor que as pessoas possuíam ao passar por ali até meados dos anos 30, quando o mesmo foi desativado para a construção das primeiras casas do antigo bairro cemitério Velho.
            O primeiro prefeito a fazer justiça à Melo Uchôa foi Joaquim Milhomem Sobrinho ao batizar o antigo Largo de Santa Filomena e também praça Melo e Albuquerque de praça Melo Uchoa em 1935 nas comemorações do centenário de Barra do Corda.
            Outro prefeito empreendedor, que valorizava a cultura, como instrumento essencial para formar a identidade de um povo, foi Galeno Edgar Brandes, um visionário educador, que em 1967 reinaugurava a praça Melo Uchoa com um belíssimo monumento ao nosso fundador, do qual infelizmente só restam fotografias.
            Alguns anos depois, já na década de 80, Jaldo Santos e amigos correligionários mandaram construir em São Paulo, um busto à Fernando Falcão, para homenagear o líder morto. Uma grande homenagem, mas que descaracteriza a praça que tem um outro nome. Pessoas vindas de outros locais acham que Fernando Falcão é o fundador de Barra do Corda. A mesma confusão existe na cabeça de alunos, que juram que aquele busto na praça é de Melo Uchoa.
            Para se desfazer essa confusão cultural e histórica, nada mais coerente e sensato de que mandar fazer uma estátua em bronze de Melo Uchoa para a praça Melo Uchoa e uma de Fernando Falcão para a linda praça do Incra que leva o seu nome!
            Soubemos, com alegria, do projeto do vereador Paulo Coelho que resgata uma omissão histórica, com a construção de uma estátua em bronze para Melo Uchoa e prontamente oferecemos para modelo, o quadro do fundador, que doamos para a cidade e que está sob a guarda da Casa da Cultura e sua presidente Alda Lopes Brandes.
            Diga-se de passagem, um quadro magnífico, feito pelo pintor Pedro Luz, que nada cobrou para fazer a histórica obra de arte. O quadro foi resultado de dois anos de pesquisas e está registrado no Cartório do 2º Ofício.
            Esperamos que o prefeito Eric Costa faça justiça ao anseio de dez entre dez cordinos que desejam ver feita, finalmente, justiça com aquele que veio de plagas longínquas do Ceará e Piauí para fundar uma cidade no exato centro geodésico do Maranhão, a antiga Vila de Santa Cruz do Rio das Cordas, mande fazer a estátua.
            Se outros não fizeram, ou por não valorizar a cultura, ou por descaso, um governo que veio com propostas de mudanças deve fazer.
            Investir em cultura é investir em Turismo.
            Investir em cultura é investir em Educação.
            Investir maciçamente em Cultura faz o diferencial de uma administração.
            Um povo que não conhece a própria história está condenado a repeti-la.

*Álvaro Braga é Historiador, mora em Barra do Corda (MA)

 

(TB13abr2013)