Artigo
Vida e missão de um monsenhor
jornal Turma da Barra

Matéria publicada pelo Jornal do Maranhão.
(Ano XLVI, Nº 74, Dezembro de 2015)

          

“Se houver tristeza em meu velório eu me levanto e vou morrer em outro lugar. Pois sei para onde vou e com quem vou”.

Natural de Barra do Corda, monsenhor Hélio Maranhão foi um homem com uma cultura objetiva extraordinária. Nascido a 27 de maio de 1930, aos 13 anos de idade entrou para o Seminário. Formou-se no seminário Santo Antônio, em São Luís, e foi enviado por Dom José de Medeiros Delgado a estudar Teologia em Roma, em 1953. Foi ordenado padre em Roma. E, em 1957 retorna para São Luís.

Monsenhor Hélio Maranhão ganhou destaque em Roma, na Universidade Gregoriana, por ser um dos melhores alunos de teologia da sua época. Já no Brasil destacou- se por ser um dos pioneiros no trabalho com as Comunidades Eclesiais de Base no Maranhão- CEBs, em 1965.

“Ele trabalhou muito nos rincões do sertão. Foi referência em Tutóia. Fez trabalhos de evangelização com pastores protestantes na cidade de Pedreiras. Gostava de escrever. Seus escritos compõem mais de cinco livros. Inclusive escrevia artigos para o Jornal do Maranhão”, destaca o chanceler da cúria arquidiocesana, padre Raimundo Meireles, capelão militar.

Realizou importante trabalho para a sociedade civil, com apoio da Igreja, ao contribuir com a fundação do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão- Iterma, na época do governo João Castelo. “Hélio foi um homem que conseguiu fazer esta ligação entre o poder civil e a Igreja”, pontua padre Raimundo Meireles.

Desde 24 de novembro de 1993, monsenhor Hélio era Chefe da Capelania da Polícia Militar do Maranhão- PMMA. Era o Capelão mais antigo do mundo.

Segundo padre Raimundo Meireles, a Capelania da Polícia Militar foi um dos últimos lugares em que monsenhor Hélio celebrou. “Suas homilias eram sempre inovadoras. Ele tinha uma teologia muito forte, muito centrada. Tinha orações próprias. Era um homem de convicção”.

Cercado por livros, monsenhor Hélio Maranhão tinha gosto pelas palavras, publicou cerca de 07 livros. Em torno de 03 a 04 livros foram escritos em Tutóia. Dois livros ficaram ainda para ser lançados. Toda essa dedicação fez com que ele se tornasse membro de três Academias de Letras. Em Barra do Corda assumiu a cadeira 21, Tutóia a cadeira 1 (onde foi o fundador) e em São Luís a cadeira 21.

O livro Podium Immortalitatis- A Glória da Imortalidade- Homilia e Discursos na Igreja da Sé, publicado em 2003, permitiu seu ingresso à Academia Maranhense de Letras.

Padre Raimundo Meireles lembra que Monsenhor Hélio Maranhão escreveu um artigo para o papa Bento XVI cujo tema era “Eucaristia e Bola”. Afirmando que um dia o papa deveria abordar sobre o futebol. “Acredito que ele tinha razão porque a gente deve trabalhar essas questões, pois são questões da vida do povo. É uma forma de trazer o povo para a Igreja”.

Quem conviveu de perto com monsenhor Hélio Maranhão afirma que ele foi um homem firme, um homem de garra. E, nem mesmo nos piores dias se ouvia reclamações de sua parte.

Em decorrência de fortes dores no estômago, monsenhor Hélio Maranhão passou a ter dificuldades para se alimentar. Após ser diagnosticado com gastrite teve que ser internado. A partir desta internação outros problemas foram  surgindo. Passou por uma cirurgia de apendicite. Com os dias, o estado de saúde de monsenhor Hélio foi se agravando, chegando a uma falha nas funções renais. Foram 13 dias de internação. No dia 09 de novembro, aos 85 anos, monsenhor partiu para os braços  do Pai.

A todos que o conheceram em vida ficaram as várias lembranças e ensinamentos deixados por ele. Assim, o amor é a palavra que define monsenhor Hélio Maranhão, tudo o que ele fazia em vida era com amor. A santa missa que marca o primeiro mês de sua partida foi celebrada no dia 09 de Dezembro, às 19h30 na Capela da Polícia Militar.

(Matéria Extraída na Íntegra do Jornal do Maranhão. Ano XLVI, Nº 74, Dezembro de 2015)

(TB11dez2015)

Monsenhor Hélio Maranhão partiu
deixando uma história rica de ação sacerdotal,
militância política e controvérsias

Do blog de Ribamar Araújo

Hélio Maranhão construiu uma trajetória rica

Monsenhor Hélio Maranhão, falecido ontem aos 85 anos, se não foi exatamente um homem muito além do seu tempo, construiu uma trajetória como um rompedor de paradigmas incômodos ao longo da sua vida. Muitos viam nele somente o sacerdote de atitudes e posturas nada convencionais e muitas vezes totalmente incompatíveis com as de um padre no sentido formal; alguns o identificavam como um intelectual, mas versado em cultura religiosa e canônica, o que o isolava culturalmente; outros o apontavam como o homem vivenciado e fortemente posicionado diante da sociedade e das instituições; e, finalmente, os que enxergavam nele apenas o religioso-oficial ativo na função pública de capelão da Polícia Militar do Maranhão, que em atos solenes chamava a atenção com sua batina preta ornada com alamares, estrelas e medalhas. Uma versão justa desse personagem muito presente na vida maranhense terá de reunir todas essas faces e mais outras tão bem definidas e marcantes que fizeram dele um homem singular.

Quando se fala do religioso que alcançou o título honorífico de “monsenhor” – que coloca o sacerdote numa zona de prestígio entre o cônego e o bispo, mas que na estrutura da Igreja Católica significa fim de carreira hierárquica -, fala-se do padre ordenado em Roma e que muito jovem participou intensamente dos movimentos de reforma da Igreja  iniciada pelo Papa João XXIII por meio do Concílio Vaticano II, que sacudiu as tradições mais duras da Igreja e impôs transformações radicais na relação da instituição com os fiéis católicos. Há quem diga que ele esteve na linha de frente do movimento de padres renovadores que mudou, por exemplo, o formato da missa – antes, o sacerdote a celebrava de costas para os fiéis, só a eles se dirigindo na homilia e na comunhão, e esse movimento conseguiu mudar a posição, passando o celebrante a ficar de frente para os presentes. Os estudos e a experiência o tornaram ao mesmo tempo um doutrinador militante e  teólogo empenhado em reformar, se não a essência dos cânones, pelo menos a prática doutrinária do catolicismo, tendo deixado uma vasta obra sobre o tema. Uma das suas preocupações era impedir que o catolicismo fosse enfraquecido pelo reformismo evangélico.

Na condição de sacerdote, Hélio Maranhão atuou fortemente como chefe de paróquia em Barra do Corda – sua cidade natal, onde nasceu em 1930 -, em Tutóia – onde demorou-se por mais de uma década -, e em Codó, onde também deixou marcas. Atuou como líder da Igreja, evangelizador, pregador sacro e educador. Foi também o militante político no sentido informal, desvinculado de partidos e ideologias. Sua formação na esteira do Concílio Vaticano II ganhou forte influência da ala esquerda da Igreja que na América Latina viria a prosperar nos anos 60 e 70 como a Teologia da Libertação, responsável por movimentos revolucionários, que no Brasil ganhou expressão maior com Dom Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, e Dom Pedro Casaldáliga, no Mato Grosso, por exemplo. Preocupado com a divisão da terra e defensor de uma reforma agrária para resolver conflitos no campo, o então Padre Hélio Maranhão foi um dos precursores dos movimentos que para ele foram embriões das Assembleias Eclesiais de Base, conforme uma série de relatos que ele deixou em pequenas brochuras pouco conhecidas.

Como o movimento da chamada Igreja Progressista por uma reforma agrária radical no país era comandado pela esquerda do clero e ele, por fidelidade à religião, não se posicionou ideologicamente, viveu uma situação ímpar, sendo vigiado de perto pelos militares, que viam nele um esquerdista, e mal visto pela esquerda, na época liderada por padres como Vitor Asselin e militantes da esquerda clandestina, que o acusavam de fazer jogo duplo. E ficou pior aos olhos da esquerda quando, em 1979, aceitando pagar preço político alto, foi nomeado pelo governador João Castelo (PDS) para o cargo estratégico de presidente do Instituto de Terras do Maranhão (Iterma), com a tarefa de, se não fazer uma reforma agrária para valer, pelo menos para realizar um censo agrário e solucionar conflitos isolados, fazer assentamentos e conceder títulos de propriedade a famílias do campo. No cargo, Hélio Maranhão mexeu com uma série de formigueiros agrários e políticos, comprando brigas à direita com agentes da ditadura e alguns latifundiários, e à esquerda com grupos que o criticavam, às vezes contrariando até o governador, que ficava no fogo cruzado. O fato é que, bem ou mal, ele aplicou a famosa e polêmica Lei de Terras deixada pelo governador José Sarney e que, segundo o ex-presidente, foi alterada para pior pelo governador Pedro Neiva de Santana. É claro que a realidade mudou, a ditadura caiu e a Constituição Cidadã mudou tudo, mas não há registro de um período em que o Iterma foi tão ativo do que quando sob sua presidência.

Hélio Maranhão quebrou paradigmas nas situações mais simples e curiosas. No carnaval, por exemplo, quando religiosos costumam se recolher em retiros para se afastar das “tentações do demônio” ou até cumprir penitências, ele entrava na contramão, reunia um grupo de amigos – quase nenhum padre nem freira -, enfiava-se num vistoso fofão e saia pelas ruas de São Luís comandando um bloco carnavalesco atípico, no qual só era permitido tomar vinho tinto leve, e com parcimônia. Era também um excelente contador de “causos”, recolhidos das suas vivências paroquiais, e em muitos dos quais era ele próprio personagem central. Fascinado pelas letras, cultivava amizade com escritores e poetas, tanto que chegou à Academia Maranhense de Letras. E um desses poetas – o jovem advogado e deputado estadual Marconi Caldas, filho do influente desembargador votorinista Tácito Caldas – que numa animada roda de conversa, perguntou-lhe, à queima-roupa: “Padre Hélio, dizem que o senhor é namorador, é verdade? Sem perder a veia da tranquilidade, o sacerdote reformador respondeu: “Deputado, dizem muitas coisas a meu respeito. Mas o que posso lhe dizer é que tudo o que é feito com amor, Nosso Senhor abençoa”.

Foi o Monsenhor Hélio Maranhão de todos esses vieses que partiu ontem, deixando uma forte marca na história do seu tempo no Maranhão

Do blog Repórter Tempo (de Ribamar Araújo), matéria originalmente publicada em 11 de novembro de 2015

 

Artigo
Primeiro encontro empresarial do Maranhão
jornal Turma da Barra


            Nesta terça-feira dia 24 de maio, reuniram-se os presidentes e diretores das entidades: Associação Comercial - José Arimatéia Vilanova (Villar), Câmara de Dirigentes Lojistas - Edilson Araújo e Sindicato do Comércio – Francisco Castro para a apresentação da programação do I Encontro Empresarial do Maranhão.
            A reunião foi marcada pela presença do presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresarias do Maranhão – FAEM, Dr. Júlio Noronha, que fez a apresentação da programação do evento a ser realizado nos dias 16 e 17 de junho de 2011/ Rio Poty Hotel – São Luis - Maranhão.
            Os empresários discutiram assuntos de grande importância dentre eles a economia local e as potencialidades do município e região, tais assuntos serão novamente discutidos e colocados em pauta no II Congresso Estadual de Associações Comerciais e Industriais do Maranhão.
            O I Encontro Empresarial do Maranhão “Parceria pelo Desenvolvimento” é uma realização: FCDL/MA, FAEM/MA, FIEMA E FECOMÉRCIO/MA.

            Valores das inscrições.
            Não Sócios até 15 de junho R$ 120,00 No local R$ 180,00
            Associados até 15 de junho R$ 100,00 No local R$ 150,00
            Acadêmicos até 15 de junho R$ 50,00 No local R$ 50,00
            Estudantes de Pós – graduação R$ 70,00 No local R$ 70,00
            Maiores informações na Associação Comercial e Câmara de Dirigentes Lojistas, telefones: (99) 3643-0593 e 3643-1441. Ou (98) 2109- 6400/-3227-5054. WWW.taguatur.com.br

NR: Nota produzida pela Associação Comercial de Barra do Corda

(TB25mai2011)

Artigo
Começa 4ª feira do livro
de São Luís 

jornal Turma da Barra

Por Francisco Brito


            Começa nesta sexta-feira 12, e vai até domingo 21, no horário das 16 às 22hh, na praça Maria Aragão, a quarta edição da Feira do Livro de São Luís, patrocinada pela FUNC-Fundação Municipal de Cultura com apoio do Serviço Social do Comércio-SESC. O tema deste ano "O livro é guia e instrumento da sabedoria" de autoria do homenageado, o escritor, cineasta e jornalista ludovicense, José Louzeiro, que há décadas reside no Rio de Janeiro.
           
A estrutura do evento ocupará uma área de seis mil metros quadrados, incluindo a praça Maria Aragão, o Espaço Cultural, o Centro de Formação do Professor e a Praça Gonçalves Dias.
            Foram instalados dois auditórios na pça. Maria Aragão com capacidade para abrigar 200 pessoas, com o nome do patrono e o outro para 100 pessoas homenageando a médica e ativista política q ue dá nome à praça. Mais 20 estandes institucionais, tendas e salas climatizadas, onde darão lugar ao Espaço Infantil, Café Literário e Casa do Escritor, onde acontecerão as oficinas e palestras.
            Para exposição e comercialização de mais de 70 mil títulos e produtos regionais serão disponibilizados 60 estandes, para editoras, livreiros e artesãos. Este ano terá um estande somente para livros de autores maranhenses. A expectativa da organização do evento é que seja movimentado mais de R$ 3 milhões, durante os dez dias da feira.

*
Francisco Brito é poeta e escritor, mora em São Luís

(TB/12nov/2010)

Artigo
Da biosfera para a tecnosfera
jornal Turma da Barra

*Babyton Rodrigues


            Sou de um país vertiginoso composto por uma sociedade hipócrita, cruel e caótica. Prevalece a lei do mais forte, onde os mais aptos ao sistema corrupto sobrevivem. É isso mesmo, a lei de seleção natural de Darwim aplicável por analogia. Sou um chip, monitorado de maneira implacável por instituições venais, que com seu valor eclesiástico e metafísico, furtam o rico dinheirinho dos nossos bolsos e o chamam de tributo. Para mim está mais para furto ou até mesmo roubo. Vivemos em uma nave chamada Planeta Terra dirigida por abjetos seres PDM (Portadores de Deficiência Moral).
            À noite, estando a contemplar a abobada celeste me veio uma visão além do alcance. Nos primórdios da existência humana o ambiente físico que nos cercava era apenas a biosfera e também a atmosfera. Com o passar do tempo o homem foi, a partir de elementos naturais, criando mecanismos que facilitassem sua vida, e o chamou de tecnologia. Essas estruturas constituídas pelo trabalho humano resultaram, então, em um outro estágio da evolução na terra, a tecnosfera.
            A partir daí podemos concluir que esse mundo tecnosférico que nós vivemos atualmente exige um constante aperfeiçoamento do intelecto humano, obtido por meio de universidades formadoras de conhecimento, opiniões e pessoas com raciocínio crítico, que absorvem informações não como verdades absolutas, mas colhendo elementos que contribuirão para a formação de suas próprias opiniões. Sim, Rauzito já dizia da metamorfose ambulante.
            Mas, diante desse sistema atroz e estrangulador, a esperança foi-me fiel. Necessitamos inexoravelmente de pessoas formadoras de suas próprias convicções, para não sermos moldados como produtos do meio ao qual estamos inseridos. Essa é a minha cosmovisão dialética materialista da história tal como se apresenta no espelhamento de minha retina.

*Babyton Sepúlveda Rodrigues é estudante de Direito em Teresina (PI)


(TB9mar2010)

Oposição quer candidatura própria para Assembleia
jornal Turma da Barra

*por Pablo Oliveira


            Em reunião realizada na noite deste sábado 15, a oposição barra-cordense decidiu que é de fundamental importância que se apresente um candidato único para concorrer a uma vaga para a Assembleia Legislativa nas eleições de outubro. Os nomes que se apresentam como pré-candidatos são: Aldo Andrade (PP), Eric Costa (PSC) e Adão Nunes (PDT).
            Houve uma discussão acirrada
em relação a quem apoiar ou não para o governo do Estado, lideranças do vários partidos se posicionaram contrários a uma aliança com a governadora Roseana Sarney (PMDB) ou com Jackson Lago (PDT), o nome mais aceito entre o grupo foi o do deputado federal Flavio Dino (PC do B), possível candidato.
            Entre os presentes os únicos que declararam não acompanhar o nome escolhido pelo grupo foram Avelar Sampaio (PTB) e Gil Lopes (PR), ambos disseram já ter compromissos fechados e não podem voltar a trás.
            Ao fim da reunião ficou acertado que após o carnaval o grupo se reunirá novamente para definir o nome que agregue toda a oposição e consiga se eleger deputado estadual.

(TB/18jan2010)

Quem são os novos
vereadores eleitos

jornal Turma da Barra

*por Heider Moraes


            Ao ser revelado os nomes dos dez vereadores barra-cordenses eleitos, três nomes de imediato chamam a atenção por estarem, a partir de janeiro, entre os dez titulares da Câmara Municipal barra-cordense: Cananéia (PSL), que teve 1.719 votos; Dedé (PDT), com 1.315 votos; e Erick (PSC), que obteve 1.672 votos. Mas afinal quem são eles?
            Cananéia, eleita com 1.719 votos pelo PSL e pela coligação 'Unidos pelo Trabalho 2', aliada do prefeito-eleito Nenzin, chama-se Cananéia da Silva Ribeiro, 34 anos, enfermeira, tem o ensino médio completo e é filha do sr. Valdemar, do povoado Clemente.
            Para se saber a origem dos 1.719 votos, consta que somente no povoado Clemente, onde seu pai Valdemar é uma das pessoas bem-relacionadas, Cananéia puxou 275 votos. Isso significa por volta de 80% dos votos daquele povoado. Não se conhece outro candidato, nessas eleições, que tenha sido adotado por um povoado como Cananéia foi pelo Clemente.
            Cananéia ainda teve apoio do médico Léo I e era comum, nessa campanha, encontrá-la tarde da noite andando pelas ruas e bairros de Barra do Corda com os 'santinhos' na mão, visitando eleitores. Sabe-se também que Cananéia não gosta de palanque, de discursos, ao contrário, gosta da conversa pessoal, de pé-de-ouvido. Não é a primeira vez que é candidata a vereadora: em 2004 experimentou e foi derrotada. Tem o perfil da situação, deve se posicionar ao lado do prefeito Nenzin.
            Erick, eleito com 1.672 votos pelo PSC e pela coligação 'Agora é a vez do povo 1', aliado do candidato Avelar Sampaio, chama-se Wellryk Oliveira Costa da Silva, 24 anos, é advogado, solteiro e filho do também candidato a vice-prefeito Jecivaldo Costa, que certamente emprestou seu prestígio para que Erick tenha tido toda essa votação.
            Também Erick chega à Câmara Municipal com a quinta melhor votação e como caçula entre os novos vereadores, tem 24 anos. Depois de três legislaturas, Erick é também o primeiro membro entre os vereadores com o curso superior completo, formado em Direito foi um dos assessores jurídicos do candidato Avelar Sampaio. Tem o perfil de oposição, até porque seu pai Jecivaldo Costa é um dos expoentes da oposição ao prefeito Nenzin.
            Dedé, eleito com 1.315 votos e pela coligação 'Agora é a vez do povo 1', aliado do candidato Avelar Sampaio, chama-se Adezilio Coelho da Silva Filho, tem 38 anos, casado, declarou à justiça eleitoral que tem curso médio completo e é agricultor. Mora no Araticum e seus votos estão espalhados por todo município. Mas especialmente nos povoados do Centro do Zé Antonio e Lagoa Comprida.
            Também não é a primeira vez que sai candidato a vereador. Em 2004, Dedé foi derrotado quando apoiou o então candidato Jecivaldo Costa para prefeito. Originário do povoado Montevidéu, onde inclusive tem propriedade, atualmente trabalha numa oficina mecânica e de pinturas, atrás do posto do Bena, na Tresidela.
            Dedé gosta de prosear, é bom de papo e seus dois caminhões não medem esforços para fazer o bem ao homem do interior. Na campanha, seus irmãos e amigos muito o ajudaram à busca de votos. Tem o perfil político moderado, provavelmente terá dificuldades de se manter na oposição.
           
Na lista dos vereadores eleitos, chama a atenção também a quantidade recorde de votos de Nilda Barbalho, eleita com 3.370 votos pelo DEM e pela coligação 'Unidos pelo trabalho 1'. Com bandeira do meio-ambiente, a ponto de tornar-se militante, tornou-se também aliada da juventude e vem cada vez mais consolidando seu espaço dentro do grupo Nenzin.
            A vereadora Nilda Barbalho, seu nome oficial é Marinilda Barbalho de Sousa, 42 anos, casada com Pedro Teles, filho do prefeito e apelidado de primeiro-ministro do prefeito Nenzin, sai dessas eleições como forte candidata a prefeita em 2.012. O seu concorrente direto dentro da família Nenzin, o vereador Marquinho (PV), cunhado do deputado estadual Rigo Teles (PSDB), foi eleito novamente a vereador, mas com uma votação distante de Nilda Barbalho. A diferença de votos pró Nilda chega a casa dos 1.155 votos.
            Entre os candidatos a vereadores, chamou também a atenção as votações das seguintes pessoas, embora não tenham conseguido tornar-se vereadores: Eteldo (PPS), obteve 1.122 votos, mora no povoado Três Lagoas do Manduca; Wilson Silva (PSDC) com 1.093 votos, empresário e sócio da rádio Jitirana; Graça do Ivan (PSDB) com 931 votos, professora e empresária e Soldado Coelho (PRB) com 905 votos, líder entre os membros da Polícia Militar. Para quem não conhece, Soldado Coelho é um dos filhos mais novos de Pedro Caixa D'Água, já falecido.
            Vale ressaltar a votação dos seguintes candidatos: Juntinha (PMDB) com 867 votos, ex-deputado estadual e filho do ex-prefeito Elizeu Freitas; Chico do Rosário (PRP) com 720 votos, ex-vereador e há duas eleições que não consegue se reeleger; Sargento Vieira (PPS) com 641 votos, ex-vereador que há duas eleições não consegue a reeleição; Prelian (DEM) com 619 votos, médico e ex-vereador que há três eleições não consegue a reeleição; Raimundo Absalão (PSL), com 604 votos, liderança do Naru com 604 votos; Alexandre (PV) com 544 votos, médico e que pela segunda vez tenta a vereança e tem boa votação; Kassi (PTB) com 497 votos; Isanete (PT) com 438 votos, professora; Marcelo Português (PRTB) com 423 votos, que pela primeira vez concorre a vereança; Careca (PMDB) com 418 votos, é motoboy e Paulim Bandeira com 408 votos, técnico em contabilidade.
            Entre os atuais vereadores derrotados, destaque para Raimundão (PV), que obteve 1.125 votos, Vital Sampaio (PTB) com 1.524 votos e Adão Nunes (PDT) com 1.037 votos.
            Raimundão, do PV, 28 anos, é atualmente o mais jovem vereador, representa o povoado Anapurús.
            Vital Sampaio é irmão do candidato a prefeito Avelar Sampaio foi presidente da Câmara Municipal (2001 a 2002) e em 2004 teve uma estupenda votação para vereador.
            Adão Nunes, depois de 16 anos, quatro mandatos como vereador, chegando a ser presidente da Câmara (2003-2004) era sempre citado como virtual candidato a prefeito. Adão Nunes, neste atual mandato de vereador (2004-2008), foi por três anos o único vereador a liderar a oposição ao prefeito Nenzin.
            Engana-se quem pensa que a derrota deverá calar a voz de Adão Nunes. Muito pelo contrário, Adão poderá tornar-se um cidadão mais atuante do que aquele porta-voz da oposição na Câmara Municipal barra-cordense.

(TB/7/out/2008)

Existe democracia
em Barra do Corda?

jornal Turma da Barra

*Aurilene Alencar


                Sempre que tenho a possibilidade de ouvir o que a população tem a dizer sobre política, o que consigo ver é um retrato da sociedade que está agastada com o que ocorre no cenário político. Não é raro ouvir-se, quaisquer que sejam as rodas de debate, independente de classe social: "Todo político é ladrão...” “Não existe político honesto...” “Política é corrupção". Porém, o que deveria soar carregado de indignação, vem com um tom de descaso, como alguém que passa a responsabilidade à frente. É a cultura do "qualquer jeito" tomando conta do nosso cotidiano, nos anestesiando de tal maneira, a nos impedir das transformações necessárias.
                A mediocridade tem sido a opção mais fácil. Infelizmente, nós moldamos os nossos políticos, somos nós quem criamos os monstros. Todas as vezes que um cidadão reduz seu voto a um valor em moeda corrente, sem fazer uma análise profunda sobre o perfil do seu candidato, acabará por ter que se contentar com as sobras, será incapaz de reagir de forma contrária aos desejos de seus compradores. Tendo de ver como favores, o que é obrigação.
                A democracia surgiu em Atenas, na Grécia antiga, dando ao cidadão a capacidade de opinar, discutir e decidir pelos destinos da Cidade-Estado grega. Do grego "demokratia", em que "demo" significa povo, e "krata" (de kratos) significa governo, poder, autoridade. Não deixemos que essa seja apenas uma palavra bonita, que de encontro ao cotidiano perde seu significado.
                Os representantes políticos de nossa cidade estão perdendo o respeito pelo povo, porque o povo está esquecendo o que pode e o que é, porque o povo se conforma em aceitar as migalhas de seus direitos. Neste caso, vale aquela máxima popular: "Ruim com ele, pior sem ele". É lamentável, mas esse discurso tão cheio de conformismo é comum entre nós. Estamos fechando os olhos para não vermos a avalanche de corrupção que vai de carona nos carros importados. A corrida por aumento de salários e o nepotismo são reflexos de um governo que só visa seu bem-estar pessoal.
                Mas a minha palavra não é para os políticos, e sim para o povo. É o povo que eu quero que me ouça. Que a responsabilidade seja nossa, responsabilidade de criarmos um poder rotativo e não apenas privilégio de algumas classes. Um governante que deixa uma cidade como Barra do Corda até os dias de hoje sem ver abertos os portões de uma universidade, quer que o povo seja "fantoche", de fácil manipulação.
                É ano de eleição, e quando a campanha eleitoral tomar conta das ruas, será a hora de fazer nossa parte. Será o momento de expurgar todo esse pessoal que abusou da confiança do povo, que no momento de trabalhar por Barra do Corda, se apequenou frente a interesses particulares.
                Democracia: É toda hora, todo dia, todas as vezes que você luta e fala pelo que é seu, é quando você não se conforma com qualquer coisa, é quando você analisa e vê que esses aí que estivam não servem. É apenas isso que não podemos esquecer. Nunca é tarde para reagir. Conflitos políticos não podem ser evitados e sempre deverão existir, para serem superados de maneira a se chegar a consensos em razão de toda a sociedade, e não a de se formar oposições referentes a interesses de alguns. Eu não posso exigir que a classe política pense na coletividade, se eu, cidadão comum, colocar os meus interesses individuais à frente das minhas decisões.
                É preciso REDEMOCRATIZAR. Cabe a nós, cidadãos conscientes, reavaliar nossos conceitos de democracia, mudar a nós mesmos, para podermos exigir transparência e trabalho das administrações, sejam elas quais forem.

Aurilene Alencar, 23 anos, é estudante de Jornalismo, mora em São Luís, porque em Barra do Corda não tem universidade.

(TB/20/jul/08)

Sempre a esperança
jornal Turma da Barra

O TB transcreve matéria do jornal Panorama Regional, de Pedreiras,
 

*Allan Roberto Costa Silva

      É inerente à condição humana manter a inquietude e procurar transformar situações que não estão agradáveis, mesmo que muitas vezes a mudança esperada redunde em mesmice ou retrocesso... Mas o que diferencia o Homem dos demais animais é a inteligência – do latim intro leggere, que significa ser capaz de ler dentro, além das aparências (não é a quantidade de cultura e memória que um indivíduo tem, como erroneamente pensa a maioria das pessoas). Cientificamente o conceito de inteligência é a capacidade de o indivíduo transformar e/ou adaptar-se a novas situações ou adaptar as situações às suas necessidades. Portanto, explicado está essa inquietude e busca de transformação das pessoas, pois mesmo o mais medíocre ser humano é dotado de inteligência, que o impulsiona a querer mudar o que não lhe agrada ou o que não lhe é conveniente. Sendo assim, podemos concluir que a esperança é irmã da inteligência e exclusiva dos humanos.
      E é para falar de inteligência, mudança e esperança que fiz toda essa introdução acima. Mas é mudança em outra pátria, bem distante daqui, porém nos interessa porque o que ocorre lá é sentido positivo ou negativamente em todo o mundo. Falo do processo eleitoral nos Estados Unidos-EUA, numa situação interessante, que parece ser possível colocar um homem jovem, negro, de origem muçulmana e africana e sem tradição política extensa no mais importante cargo da nação de maior poder político, econômico e bélico do mundo. Barack Obama galga a cada dia a proximidade de disputar pelo Partido Democrata a vaga de Presidente dos Estados Unidos com John McCain do Partido Republicano, o mesmo do atual Presidente George W. Bush. Barack (abençoado, em árabe) é senador pelo estado de Illinois desde 2005 e depois de vencer as votações de Washington DC, Maryland e Virginia ultrapassou a pré-candidata democrata e ex-primeira-dama Hillary Clinton na preferência do eleitorado democrata e de lá até agora permanece na crista da onda indicado pelas pesquisas como o único capaz de vencer o candidato republicano.
      O simbolismo da Obamamania americana é enorme para o mundo. Há três meses ele era um mero candidato desconhecido, todas as atenções eram para Hillary, mas quando o país prestou atenção na sua oratória eloqüente e incendiária, que martela a necessidade de mudança nos EUA e evoca a necessidade do povo americano acreditar e ter esperança de poder fazer as transformações necessárias, a nação americana foi tomada a la superstar por sua imagem esguia, negra e frágil e os cartazes escritos com as mensagens “Change - we can believe in!” (Mudança – nós podemos acreditar!) e “Stand for Change!” (Procure Mudar!) foram tomando messianicamente todos os pontos da terra do Tio Sam. Pregando a retirada das tropas americanas do Iraque, uma relação mais solidária dos EUA com o resto do mundo, investimentos sociais para a melhor qualidade de vida de grande parte da população americana, mais tolerância e oportunidades com os imigrantes estrangeiros e mudanças econômicas drásticas na economia americana quebrada por Bush, que coloca o mundo à beira do caos econômico, provocado principalmente pelas despesas desnecessárias com a guerra do Iraque (devaneio irresponsável e vaidade inconseqüente de Bush), assim o carismático descendente do Quênia desponta para o mundo como sinal de que a política econômica e externa norte-americana podem ser duras, mas a mente e o coração de seu povo são sensíveis, solidários e dóceis.
      Mesmo que não seja o escolhido pelos notáveis do Partido Democrata para concorrer (as regras eleitorais americanas são tão estapafúrdias que Bush foi reeleito sem ter tido a maioria dos votos...) ou que seja o candidato democrata e não vença a eleição e perca para o conservador McCain, Obama, só pelo desempenho atual, já é o maior vitorioso desse processo eleitoral yankee e já entrou para a história pela simbologia que representa para o mundo a mais poderosa nação mundial escolher alguém com seu currículo e história pessoal para representar a fé do povo norte-americano em mudanças. Importante ressaltar o caráter ímpar de simbolismo e evolução desse processo eleitoral, em que desponta como candidato conservador o mais light deles (McCain) e pelos democratas a experiente e altiva Hillary Clinton, mulher, senadora, ex-primeira-dama de inteligência e capacidade renomadas, além do democrata Obama com as características que já exploramos acima. Para um país que até há menos de cem anos os negros eram proibidos de fazer faculdade e eram segregados severamente em todos os sentidos de relações sociais, a expressão da escolha de Obama e a concorrência com a feminista Hillary representam uma progressão louvável das relações democráticas e de poder exemplarmente escancaradas para o entendimento mundial.
      E temos que nos preocupar com o que acontece nos EUA, pois a economia globalizada faz com que hoje nos preocupemos com os destinos políticos das maiores economias e nações mundiais, já que se elas derem um simples espirro, esse espirro vai ser sentido como pneumonia nas mais longínquas corruptelas e rebimbocas das nossas cidades tupiniquins. Portanto, é torcer ou pelo neguim ou pela muié.

*
Allan Roberto Costa Silva, médico, ex-presidente da Câmara Municipal de Pedreiras, membro da Academia Pedreirense de Letras e membro da Associação de Poetas e Escritores de Pedreiras

(TB/20/abr?08)

Protestos marcam chegada
do presidente
jornal Turma da Barra

O TB transcreve matéria do jornal O Estado do Maranhão,
sexta, 28 de março de 2008

"Protestos marcam chegada do presidente

Wilson Lima
Da equipe de o Estado

A visita do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a São Luís não foi marcada apenas pela assinatura de protocolos de intenção entre os governos venezuelano e maranhense. Em sua chegada à capital maranhense, ele foi recebido por um protesto de estudantes enfurecidos com sua visita. Houve, inclusive, confronto com a polícia e quatro manifestantes foram presos.

O protesto ocorreu na saída do presidente Hugo Chávez do Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado, por volta das 15h. Aproximadamente 100 estudantes estavam esperando pelo presidente venezuelano no saguão do aeroporto desde as 11h para protestar contra a sua vinda ao Maranhão. Eles também se manifestaram contra a assinatura do protocolo de intenções entre o estado e governo venezuelano para a implementação do sistema educacional “Sim, eu Posso!”.

A idéia inicial era que eles fizessem o protesto na porta do Palácio dos Leões, onde realizariam a “dedetização” do local, com sabão em pó, sal grosso e até creolina. Entretanto, depois que anunciaram a manifestação na imprensa, os estudantes começaram a ser ameaçados. Eles especulam que as ameaças teriam sido feitas por membros do PDT, do PC do B ou mesmo de militantes do Movimento Sem-Terra (MST), que se mobilizaram em frente ao Palácio dos Leões para dar apoio à postura de Chávez na América Latina.

A presidente da Federação dos Estudantes do Estado do Maranhão (Fesma), Ana Paula Ribeiro, afirma ter recebido várias ligações telefônicas não identificadas quarta-feira à tarde e ontem pela manhã, em tom de ameaça. O mesmo aconteceu com outros integrantes da entidade “Disseram para a gente ter cuidado, para que não se intrometesse nas relações internacionais do governador. Então, diante disso, achamos melhor prezar pela integridade física dos nossos estudantes e deixamos de fazer o protesto em frente ao Palácio dos Leões”, justificou Ana Paula.

Assim, eles se dirigiram ao aeroporto com faixas e cartazes. Uma delas dizia: “Nem Bush, nem Chávez”. Por volta das 13h, em frente à área administrativa da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), gritaram palavras de ordem contra Chávez e contra o governador Jackson Lago.

Confronto

Mas o momento mais tenso da manifestação ocorreu na saída do presidente venezuelano do aeroporto. Por volta das 15h, os estudantes se concentraram na saída do estacionamento e tentaram bloquear a passagem do presidente, de sua comitiva e do governo estadual. Eles foram inicialmente contidos por policiais militares que utilizaram gás de pimenta. Houve troca de acusações e conflito entre policiais e manifestantes. “Essa é a polícia cidadã do governo Jackson Lago?”, questionou o estudante Ricardo Matos, de 17 anos. O chefe da Casa Civil, Aderson Lago, chegou a pedir pessoalmente que os estudantes deixassem livre a passagem das comitivas, mas foi vaiado pelos manifestantes.


No retorno do Tirirical, um outro grupo de estudantes tentou bloquear novamente a passagem de Chávez e suas comitivas. Foram novamente retirados da pista por homens da Polícia Militar. Mais uma vez, houve agressão aos estudantes. Um deles, Augusto Santos, do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), apanhou de cacetete dos policiais. “Infelizmente, é dessa forma que tratam os estudantes maranhenses”, alegou. “Nós somos radicalmente contra a implementação dessa política educacional da Venezuela. O que nós temos a aprender com eles? Nada”, alegou Ana Paula.

O presidente Chávez chegou ao Maranhão às 14h25. A comitiva de Chávez veio em dois aviões, um Airbus e um Boeing, no qual o presidente venezuelano estava. Chávez desembarcou no terminal dois do Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado destinado às autoridades e foi saudado pela banda da Polícia Militar."

Capelobos confirmados no carnaval
jornal Turma da Barra

            Venho mais uma vez utilizar este conceituado meio de comunicação para informar aos brincantes do carnaval barracordense, que o bloco “Os Capelobos”, pelo terceiro ano consecutivo, irá sair pelas ruas da nossa querida Barra do Corda. A proposta continua a mesma dos anos anteriores, reunir amigos e resgatar o estilo dos antigos carnavais cordino, com marchinhas e fazendo visitas em residências da nossa cidade, isso tudo regado a muita descontração, maizena e cerveja, é claro.

            O grande diferencial do bloco “Os Capelobos” é o horário de saída pelas ruas, que sempre acontece entre meia-noite e duas horas e com previsão de chegada ao ponto de partida (Porto das Pedrinhas) por volta de seis horas da manhã.

            Este ano, além do valor das camisas, os componentes do bloco irão contribuir com um quilo de alimento não-perecível, onde faremos doação para o Centro Emaús.

            “Os Capelobos” mais uma vez não competirá com nenhum outro bloco, pois este não é o nosso objetivo, e sim contribuir com o clima de alegria que todos os anos invade a Princesa do Sertão nessa época do ano, além de proporcionar aos nossos brincantes a oportunidade de reencontrar velhos conhecidos e com isso fazer-mos uma grande reunião de amigos.

Ornilo Sousa Melo Filho
Bloco “Os Capelobos”

(oscapelobos@hotmail.com)

São Luís – MA

Artigo
Aprender a ensinar a ler
jornal Turma da Barra

*Mauro Miranda

            Há pouco tempo presenciei um debate interessante. O pai cobrava do filho mais empenho nos estudos. O filho replicava dizendo: “conheço várias pessoas que não estudaram e são ricas...” Vi o pai fazer alguns segundos de silêncio e então “entregar o caso nas mãos de Deus” e deixar a discussão para outro dia, antes que o filho acrescentasse que seus anos de estudo não lhe proporcionaram lá grande coisa.  Era um assunto da família, mas não da minha família. Por isso não pude oferecer minha opinião. Mas aquele momento me trouxe a oportunidade para uma nova reflexão.
            Num primeiro instante, o argumento do jovem pode causar indignação. Ainda assim é possível imaginar de onde vem sua convicção. Há realmente pessoas com poucos anos de educação formal que são exemplos de empresários bem sucedidos. Mas quantos são eles? 50, 100, entre 100 mil, 200 mil habitantes? Muitos desses empresários bem sucedidos, às vezes com baixa escolaridade, têm uma história digna de um longa-metragem, que começou lá pelos anos 40, 50, 60 ou 70 quando as chances de um faz-tudo de uma empresa chegar a um posto elevado, ou ainda, de um vendedor ambulante tornar-se um multiempresário, eram muito maiores. O rapaz, certamente não sabe que aquele empresário que lhe serve de inspiração, pode ter trabalhado quase 24 horas por dia de segunda a domingo desenvolvendo um talento que lhe rendeu aqueles carrões e fazendas que chamam tanto a atenção. E o mais importante: com os atuais 18 anos do estudante contestador o mesmo empresário já trabalhava há dez. É claro que, paralelamente, há aqueles casos de enriquecimentos milagrosos que empolgam os adolescentes. Em algumas comunidades, por exemplo, crianças sonham com o dinheiro farto, mulheres e armas dos chefes do tráfico.  Outras imaginam ser astros das temporadas européias de futebol.
            Aconselhar os filhos a persistirem nos estudos é uma atitude louvável, mas que infelizmente não acontece sem a satisfação de uma série de outras necessidades como emprego, moradia e saúde. Quando a família não se transforma em um núcleo de apoio ao trabalho da escola acontece sobrecarga no ambiente educacional.  A conexão ou a não conexão entre comunidade e escola é só um dos aspectos de um imenso problema social.
            Diante de algumas constatações a que certamente chegaremos a explorar do tema, vão surgir perguntas conhecidas, tais como: se a criança não tem livros em casa e não vê ninguém lendo, como transforma-la em um leitor razoável? Se as escolas ou as comunidades não contam com bibliotecas, como vão surgir os leitores espontâneos? Até que ponto as campanhas na TV serão eficazes? Como fazer a criança se concentrar se a preocupação ainda for encher a barriga? Como fazer o adolescente acreditar nos estudos se não há a perspectiva de profissionalização para os que não podem sair da cidade em busca do ensino médio profissionalizante e Universitário?
            A busca por respostas e resultados concretos levou o Governo a lançar em 2006 o Plano Nacional de Leitura e Livros que pretende se sustentar em quatro eixos estratégicos: Democratização ao acesso; Fomento à leitura e à formação de mediadores; Valorização da leitura e comunicação; Desenvolvimento da economia do livro.  A novidade no PNLL talvez seja sua proposta de gestão compartilhada que prevê a participação de Estado e Sociedade, sob o comando de um Conselho Diretivo, formado por representantes do Ministério da Cultura, do Ministério da Educação, dos autores, dos editores, e representante dos especialistas em leitura. A Organização dos Estados Ibero-americanos  junta-se como órgão assessor.  Além de um Conselho Consultivo, que é formado pelos membros da Câmara Setorial do Livro, Literatura e Leitura.
            Sem dúvida a palavra de ordem do PNLL será a Democratização da Leitura: garantir o acesso ao livro e incentivar a produção e a disseminação de idéias.  Uma tarefa que tem como obrigação manter-se ativa em caráter permanente para enfrentar a triste constatação de que os brasileiros já se acostumaram a viver sem livros e o mais grave: os meios audiovisuais, e mais recentemente, a inclusão digital agiram em desfavor do hábito de ler livros. Tudo isso classifica o Brasil no ranking dos “piores leitores”.
            Enquanto a tão esperada revolução cultural não chega, teremos que depositar esperanças nos programas governamentais ou não governamentais de incentivos às famílias para o progresso da educação, quando se sabe que o ambiente escolar continua pouco atraente para milhares alunos.
            Passadas as comemorações do seu dia, os Professores, estes guerreiros cada vez menos motivados, à espera de melhores salários e condições de trabalho, torcem para que todos os PN’s (Programas Nacionais) do Governo não se tornem motivação apenas para os temas de mestrado e doutorado de seus técnicos, Brasil afora. Afinal, para manter o equilíbrio entre a falência da estrutura do ensino e a demanda instável pela educação por parte da sociedade, o País sempre contou com seus professores, fomentadores, que levam aos brasileiros, através de seus “Programas Individuais”, a leitura e o cultivo das manifestações regionais. Com mais ações de treinamento eles continuarão a servir bem à sociedade.
            Mais difícil do que aprender a ensinar a ler talvez seja entender um País com tantas diretrizes conflitantes, onde o esforço sistemático em diminuir as desigualdades através da LEITURA e do DIPLOMA choca-se com a parede do analfabetismo – funcional ou não. Somando-se a esse ambiente tão particularmente Brasileiro, surge a revolução digital. Esta, não espera a realização de discursos e promessas...


*Mauro Miranda é poeta e músico, Servidor Público em Barra do Corda
maurodemiranda@hotmail.com 

Grupo define questões indígenas
jornal Turma da Barra

O TB publica ata da reunião Grupo de Trabalho pró Políticas Públicas Indígenas

"Ata da primeira reunião do Grupo de Trabalho Pró Políticas Públicas Indígenas realizada no dia 27 de junho de 2007, nas dependências da Agência do Trabalho de Barra do Corda -MA, situada à rua Frederico Figueira s/n, às 9:00 h, para tratar de assuntos relacionados às questões sociais como a deficiência do atendimento da saúde indígena, educação, territorial, bem como a problemática de relacionamento entre índios e não índios.

A Secretaria de Assuntos Indígenas, no cumprimento do seu papel social de representar junto ao governo Municipal a comunidade indígena do Pólo de Barra do Corda, pensando em garantir a implementação e efetivação de políticas públicas a ela direcionadas, bem como procurar sensibilizar e conscientizar a população envolvente promovendo relacionamentos que visem a quebra de barreiras sociais que hoje se constata em nosso município.
Dilamar, em sua fala, discorreu sobre as deficiências de programas assistenciais aos indígenas por parte das instituições, entidades, organizações (governamentais e não governamentais). Disse que está trabalhando diuturnamente tentando negociar a sua regularização. Falou ainda que procurou o Ministério do Desenvolvimento Social (Fome Zero) para que seja realizado levantamento para a vinda e a ampliação de programas sociais vinculados àquele Ministério.

A senhora Tâmara Pinto, secretaria Adjunta de Cultura, enfatizou a necessidade de implementar e adequar as políticas públicas para as comunidades indígenas.

O senhor Dilamar também falou sobre a necessidade de constituir parceiros que, sensibilizados, possam estar contribuindo com a causa indígena. Informou que está vindo um grupo de trabalho responsável pela reestruturação da FUNAI e do plano de ação. Ainda falou sobre a necessidade da implementação do projeto de estudo do impacto ambiental da BR 226

O senhor Raimar, responsável pela a Assessoria Administrativa da FUNASA, do Pólo Base de Barra do Corda, que juntamente com a Enfermeira do PSFI a senhora Ana Cristina, sentiram a necessidade de convocar esta reunião para que sejam discutidos os problemas e possíveis soluções, principalmente para a saúde e educação, falando ainda que a falta desses serviços estão causando sérios danos à comunidade indígena.

Raimar mencionou que os recursos financeiros específicos, ora existentes, para a saúde indígena, deveriam estar criando e viabilizando estas políticas públicas.

Segundo a Enfermeira Ana Cristina, a população indígena de Barra do Corda é de aproximadamente dez mil índios e que os mesmos não são cadastrados nos programas de atenção básica de saúde local, ou seja, não existe uma integração entre o subsistema e o SUS local.

O Senhor Isael Lobão (Gael) falou que quem está de fora não pode avaliar a situação indígena como os próprios índios, e que a leitura que se faz é a de que as ações voltadas para eles, hoje, estão diferentes, visto que o descontentamento ora reinante nas comunidades é um reflexo desse descaso. Disse que seria bom investigar retrospectivamente qual o modelo que funcionou e, se necessário, retornar ao modelo anterior.

Dilamar falou que houve uma época em que os recursos destinados à Funai eram da ordem de trinta milhões para todo o Brasil e que na época do governo Collor, em 1991, mudaram todos os recursos, que foram centralizados para a FUNASA, e passando para quase duzentos milhões para todo o território nacional. Hoje são cerca de  doze milhões de reais só para Maranhão.

O senhor Isael Lobão orientou sobre o cuidado de atenuar os termos quando da elaboração e envio de ofícios a autoridades superiores federais, para não incorrer em riscos de premeditar ações delituosas ao fazerem essas reivindicações.

A Secretária Municipal de Saúde Drª Olinda Trovão falou sobre a falta dos BPAs, que não estão sendo enviados à Secretaria Municipal de Saúde. Comentou também  sobre os exames preventivos e disse que os mesmos deverão ser levados com os respectivos relatórios.

Raimar falou da necessidade de integrar as informações adequando as diretrizes da política de saúde voltada para atender as comunidades indígenas, dentro da realidade local, respeitando as suas especificidades e regularizar a situação de todos os postos de saúde. E que para solucionar o impasse criado com a destinação do PSFI, que o convênio seja apreciado pela Assessoria Jurídica do município.

Diante dos problemas apresentados, foi decidido formular as seguintes propostas:

1) - que a partir desta data haja uma integração entre município (Secretaria de Saúde) e FUNASA, com informações através de relatórios, dados e cronogramas de todas as ações executadas pelas equipes do PSFI, que servirão de subsídios para que o município tenha parâmetros para a elaboração do Planejamento e Programação Integrada local, sem prejuízo das providências a serem tomadas pela Secretaria Municipal de Saúde.

2) – que seja definida a destinação dos recursos do PSFI até o dia 10 de julho do corrente ano, o qual está com o cronograma de aplicação totalmente defasado.

Finalizando ficou acertada nova reunião com a presença das pessoas abaixo relacionadas e outras que se interessarem: Jose Dilamar Araújo Pompeu, Secretario Municipal de Assuntos Indígenas;

Isael Lobão Pereira , Assessor Especial da Prefeitura;

José Raimar Araújo Pompeu, Assessor Administrativo FUNASA;

Tâmara Maria Pinto Oliveira, Secretaria Ajunta de Cultura;

Ana Cristina Ferreira Pereira, Enfermeira do Pólo Base de Barra do Corda;

Antonio Itamar, Cirurgião do Pólo Base de Barra do Corda;

Sheick Araújo Cruz , Aux. Administrativo FUNASA;

Olinda Costa Trovão, Secretária Municipal de Saúde;

F. Sergio Aquino da Silva (Secretaria Municipal de Saúde);

Jose André Pompeu dos Santos, Agente de Saúde Indígena;

Ires Nascimento Nunes. Aux. De Enfermagem da Secretaria de Assuntos Indígenas;

Silvanira da Silva Pompeu, Assessora da Secretaria de Assuntos Indígenas;

Elizete Arruda Delgado, Coord. de Desenvolvimento Econômico, os quais firmam a presente ata."

(TB/27/jun/07)

Índios Guajajaras
liberam a BR-226

jornal Turma da Barra


O TB transcreve matéria do jornal O Progresso, de Imperatriz,
desta sexta 18


 

            "Depois de oito dias interditado por um grupo de índios da etnia Guajajara, ontem no final da tarde o trecho da BR-226 entre os municípios de Grajaú e Barra do Corda finalmente foi liberado.

            Ontem os índios também chegaram a interditar trechos de duas rodovias estaduais: a rodovia MA-012, entre os municípios de Barra do Corda e Fernando Falcão, e a MA-006, que liga o município de Arame à BR-226. Ambas também foram liberadas.

            A liberação só foi possível após acordo entre os Guajajara e o procurador da República, Luís Carlos Oliveira Júnior, que na próxima segunda-feira, 21, se reunirá com autoridades e indígenas para solucionar o problema. A reunião deve acontecer em Brasília.

            A liberação é provisória, pois os Guajajara ameaçam interditar a rodovia novamente, caso as reivindicações não sejam atendidas. Os índios Guajajara e outras etnias da reserva Cana Brava estão exigindo melhores condições de saúde para o povo indígena e condenam a Fundação Nacional de Saúde (FNS) pela morosidade no repasse da verba para a saúde dos índios, o que vem acarretando, segundo eles, problemas de saúde e óbitos.

            Os índios querem que a verba volte a ser administrada pelas lideranças indígenas, como acontecia anteriormente.

            Para firmar o acordo, o procurador da República, Luís Carlos Oliveira Júnior, acompanhado pelas polícias Federal e Rodoviária Federal, foi até a reserva Cana Brava.

            Parte do asfalto do local interditado pelos índios durante oito dias foi danificado. Por conta disso, foi bastante lenta a liberação dos veículos e auto-cargas que se encontravam retidos em postos de combustíveis em Barra do Corda e Grajaú. Muitos caminhoneiros já tinham evitado o tráfego pela BR-226, se não o número de veículos poderia ter sido muito maior.

            A fogueira feita pelos índios debaixo de uma das torres de transmissão de energia foi desfeita. Entretanto, os paus foram colocados em uma área próxima; caso o acordo não seja cumprido, eles voltam para debaixo da torre.

            Os policiais ainda vão ficar na área por todo o dia de hoje e retornarão para as suas bases somente no final da tarde."

(TB/18/mai007)