Carta
Carta do neto Neri para avô Joaquim Bílio
jornal Turma da Barra

Por Nerivaldo Bílio


            Há quatros meses, eu estava passando pelos piores momentos da minha vida, a perca de meu pai [Edvaldo Bílio], que por infelicidade do destino chegou ao óbito nos seus 58 anos de idade.
            Momentos tristes que nos enfraquece e nos deixa pensativos dos fatos e consequências que a vida nos traz, amadurecemos e crescemos com suas virtudes inexplicáveis. Egoísmo nosso, se quiséssemos tudo para nós. É o mal de todos os seres humanos, juntamente com a vaidade formam pares perfeitos, ironia ou não, a dor sempre nos ensinará o caminho da verdade e compreensão.
            A vida segue, neste mês passado, fui agraciado com uma rápida e proveitosa estada de meu avô Joaquim Oliveira Bílio, sábio, conservador, atento com suas palavras, nos dias que estive com ele, tive “aulas” de lição de vida, força de vontade, determinação e gana para continuar sua vida, no alto de seus 87 anos de vida, mesmo com seus problemas de saúde (mal de Parkinson), durante o período nas últimas duas semanas de setembro, levei ele a cidade de Santo Antônio do Descoberto – Goiás, onde teve a oportunidade de conhecer meu irmão Tiago e sua bisneta Ticiane.
            Sempre quando está presente em Brasília, ele pede para marcar presença na cidade do Gama para rever seu afilhado, que o ensinou os dotes da arte da musica e alfaiataria, lá almoçamos e passamos o dia, tive a satisfação de tirar várias fotografias com ele e meus outros dois avós maternos, imagens históricas, poucos netos são agraciados com tamanho privilegio, amante da “boa música” fomos ao concerto da Orquestra Sinfônica de Brasília, que neste período ocorre o Festival Internacional de Primavera, com maestros regentes do mundo todo, tirei uma belo retrato com maestro italiano regente daquela noite chamado Roberto Monteiro, o mesmo dirigiu óperas em Israel, Itália, Inglaterra e Estados Unidos.
            Na sexta-feira dia 30 de setembro, tivemos que resolver alguns problemas referentes ao seu saxofone no atelier que fica na 712 norte cujo nome é Hospital do Sax, na noite recebemos convite para passarmos na casa do empresário cordino Gilson Pacheco, lá tivemos o honra de ver uma apresentação particular, para seletos espectadores vips, que acompanharam de camorote o maestro tocar canções de Barra-do-Corda e declamar uma linda poesia do poeta baiano Trasíbulo Ferraz, que viveu no final do século 19 em Salvador (BA).
            Na manhã seguinte, sábado 1º, quando fui deixá-lo no aeroporto internacional de Brasília Juscelino Kubitschek, para sua despedida da capital Federal rumo a Teresina, foi recepcionado pelos músicos e maestros Linton Araújo e Ananias da Providência. Naquele rápido encontro, conversaram, declamaram poesias, cantaram musicas e mataram saudades recordando dos bons tempos de juventude.
            Aproveitando o ensejo, agradeço ao Turma da Barra, que, desde agosto de 1988, em suas primeiras edições impressas, naquela época, era emitido apenas um conjunto de quatro páginas por edição, o TB sempre recitou em suas matérias  e apoiou o maestro Joaquim Bílio em diversas ocasiões, podemos citar no ano de 1995, onde o TB, juntamente com o apoio de leitores ilustres da colônia cordina, fizeram uma campanha para a compra de um saxofone com sucesso, na histórica festa do lançamento do Livro “Barra do Corda na História do Maranhão”, do professor Galeno Edgar Brandes, realizado no Guará no dia 1º de abril do ano citado, o Maestro, atuando no palco juntamente com um dos maiores músicos da história cordina que deixou saudades Cleómenes.
            Naquela ocasião, o Vovô disse que ele era um raríssimo músico, pois tocava por amar a musica, Gracinha, Linton Araújo, Juarez Bílio , Adão Lopes e meu pai Edvaldo Bílio, os três ultimo citados já partiram, no projeto da reestruturação da Escola de musica do Maestro Joaquim Bílio. Turma da Barra, ano VII, Edição Impressa nº 68 março/abril de 1995, e por fim na espetacular matéria escrita por Rubem Milhomem “Joaquim Bílio, 56 anos de música” onde descreve no inicio da matéria: “O maior nome vivo da música Cordina tradicional, e um dos pilares da nossa cultura contemporânea” Turma da Barra, ano VII, Edição impressa nº 71, Agosto de 1995.
            Eu, Nerivaldo Bílio, em nome da família Bílio, agradeço as homenagens prestadas ao Maestro. Parabéns redator, parabéns Turma da Barra, hoje Turma da Barra on-line, pelos seus 23 anos de sucesso! Tendo o seu maior pilar a liberdade de expressão para criticas construtivas no meio politico e priorizando o lado social e cultural da colônia barra-cordense em todo Brasil.

*Nerivaldo Bílio, filho de Edvaldo Bílio, mora em Brasília e desde criança visita Barra do Corda

 


Tiago, Joaquim, Néri e bisneta Ticiane
 


Maestro Joaquim assistindo ao concerto da Orquestra Sinfônica de Brasília
 


Maestro Joaquim na entrada do Teatro Nacional
Ao fundo, palco com a Orquestra Sinfônica

 


Maestro Joaquim com maestro italiano Roberto Monteiro
Regente da Orquestra Sinfônica

 


Gilson Pacheco com Maestro Joaquim Bílio
 

 

(TB8out2011)

 

Nota: Veja o poema declamado pelo maestro Joaquim Bílio: Clique aqui