Artigo
Sete anos sem Raimundo José
jornal Turma da Barra

'Há exatamente 7 anos, naquele domingo, dia 2 de dezembro de 2007, 
recebi uma das notícias mais tristes da minha vida, "O Professor" havia falecido na cidade de Fortaleza-CE, após não resistir a uma cirurgia. O mundo desabou, eu não acreditava'

 

*João Paulo

            Em meados do ano de 2003, ainda muito jovem, com apenas 18 anos de idade, ingressei no quadro de funcionários do Cartório do 1' Ofício de Barra do Corda, nossa amada cidade, oportunidade dada por Deus que me permitiu conhecer um dos homens mais brilhantes, sérios, cultos, RAIMUNDO JOSÉ PEREIRA DA SILVA, ou simplesmente o Prof. Raimundo José.
            Compartilhamos durante quatro anos maravilhosamente bem, de um relacionamento sem desentendimentos, sem rusgas, sem farpas... Com ele aprendi muito, recebi vários conselhos, fez com que eu me inscrevesse no primeiro concurso realizado pelo TJ/MA e a estudar pra alcançar a aprovação, que quando noticiada, restou saboreada em lágrimas à sua frente, pois significava, além de um grande passo na vida dado por um homem de origem pobre, a anunciada separação de duas pessoas que se amavam, mesmo sem até aquele momento ter havido qualquer declaração naquele sentido.
            Dois anos depois (2007), Deus me concede mais uma grande oportunidade, trabalhar em São Luis ao lado de outro notável homem e cordino de coração, Dr. Sebastião Bonfim, pessoa da mesma estirpe, e a quem também serei eternamente grato.
            Quis o destino, que essa mudança, fizesse com que eu estivesse longe durante os últimos meses de vida do amado Prof. Raimundo José, a quem me sobram adjetivos e não me faltam boas lembranças, principalmente a liberdade que tinha de olhar em seus olhos e trocar confidências, o que certamente ajuda na vida de qualquer um.
            Há exatamente 7 anos, naquele domingo, dia 2 de dezembro de 2007, recebi uma das notícias mais tristes da minha vida, "O Professor" havia falecido na cidade de Fortaleza-CE, após não resistir a uma cirurgia. O mundo desabou, eu não acreditava, não sabia como proceder, no outro dia dava-se início às primeiras provas do Curso que fazia. Não vim ao velório, não acompanhei o enterro, não me despedi dele... Perdi um amigo, mas acima de tudo, perdi um pai.
            A vida é assim, ganhamos, perdemos... Conquistamos, desperdiçamos.
            Fica a gratidão, a saudade, o sentimento e o desejo de fazer coisas diferentes, mas a linha do tempo não nos permite retornar.
            Saudades de outrora!

*João Paulo é formado em Direito, mora em Barra do Corda (MA)

(TB2dez2014)

 

Artigo
Eleições: Pedro versus Aderoldo
jornal Turma da Barra

 

*João Paulo Oliveira

            As eleições municipais se aproximam, trazendo consigo um novo cenário... 
            O fato do senhor Manoel Mariano de Sousa, o “Nenzin”, sua cônjuge e seus parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção (lê-se esposa, filhos, noras e genros, netos e suas respectivas esposas, irmãos e cunhados)  e, aqueles que se enquadram em uma das situações previstas no artigo 2º, I, alíneas “a” a “q” da Lei Complementar n° 135/2010  (Lei da Ficha Limpa), não poderem concorrer ao cargo de prefeito de Barra do Corda, aliado ao desprestígio de algumas “raposas” da política local, como Elizeu Freitas, Benedito e Darci Terceiro, frente ao eleitorado, demonstrado nas últimas três ou quatro eleições, fizeram com que nos deparássemos com situações curiosas e um tanto quanto inimagináveis.
            É o caso, por exemplo, da pré-candidatura do segurança particular de Nenzin, o cabo da PM Aderoldo, que, embora se trate de uma pessoa sem máculas em sua vida pessoal e profissional, de um cidadão bem quisto pelas pessoas que o conhecem (inclusive eu), não possui, a meu ver, “identidade política própria”, experiência no meio e conhecimento técnico suficiente para desenvolver bons trabalhos em sua eventual gestão. Aderoldo nunca ocupou um cargo político, jamais participou, efetivamente, de um processo eletivo, e mais, em nenhum momento teve ambições voltadas a esse “mundo”, para ele até então desconhecido, quem o conhece sabe disso.
            Informações dão conta de que o deputado estadual Rigo Teles (PV), que até agora se manteve neutro na escolha do candidato do grupo que faz parte, afirmara em conversas com seus aliados, que seu pai, o prefeito, está definitivamente decidido que Aderoldo será cabeça de chapa nas eleições de outubro, evidenciando sinais de que a suposta reunião marcada para esse mês de março, para a escolha do nome que representaria a aludida confraria, servirá, apenas, para que o senhor Nenzin “bata o martelo”, confirmando seu segurança e “braço direito” (atualmente), como aspirante ao cargo de prefeito de Barra do Corda.
            Na verdade, se apresenta cristalina aos nossos olhos, uma tentativa do atual chefe do executivo municipal de Barra do Corda, de estender sua administração por mais quatro anos e, se perpetuar no poder sabe-se lá por quantos anos além desses.
            Em contrapartida, a idéia não se encaixa aos pensamentos e projetos políticos do ex-Secretário de Finanças Pedro Teles (PT), denominado por muitos como “cumpridor de compromissos”, sobretudo dos que assumira quando das eleições em que seu pai saiu vitorioso, por entender que em razão de haver impedimentos em relação à candidatura de sua esposa, vereadora Nilda Barbalho, caber-lhe-ia o “direito” de indicar um nome para tal . PT não acredita que o militar indicado por Nenzin para a sua sucessão, terá aceitação junto ao eleitorado cordino, opinião comungada por D. Santinha, esposa de Nenzin, que também não digere a candidatura de Aderoldo.
            Fontes seguras, afirmam que nos bastidores, se costura o lançamento de uma “terceira via”, tendo como pivô Pedro Teles, que com a credibilidade adquirida junto a algumas lideranças políticas da cidade e do interior, em face do cumprimento dos compromissos citados anteriormente, e seus respectivos apoios, lançaria o nome de alguém para “encabeçar” uma chapa nessa disputa, ou ainda, migraria para dar apoio à candidatura de Aristides Milhomem ou Eric Costa, que seriam responsáveis por trazerem para si, o apoio dos demais pré-candidatos. Surgem como prováveis indicados de Pedro, o bancário Oliveira e o servidor público do judiciário Antonio Filho. Este último, aliás, tem bom trânsito junto à oposição, é filiado ao PSL (17), partido liderado pela vereadora Cananéia e pelo bioquímico Fonseca e, tem mantido contato constante com líderes de partidos e alguns outros pré-candidatos, em busca da consolidação de seu projeto.
            Nesse panorama, uma turbulência cercará os próximos meses.
            Noutro passo, as ausências de Avelar Sampaio e Jecivaldo Costa, na condição de protagonistas no processo eleitoral deste ano, trazem ao “palco principal” os jovens advogados Leandro Peixoto e Eric Costa, que tomam para si, respectivamente, a responsabilidade de se tornar um líder político e de se solidificar como tal e, ainda, de assumirem a representatividade de seus pais. No mesmo andar, surge o Capitão (Valtin) Ribeiro, que tem apresentado suas propostas em todas as oportunidades, inclusive nas redes sociais, discutindo-as com os endereçados (o povo) e, Perdigão Filho, delegado de Polícia Civil, que a meu ver, não tem trabalho bem no sentido de alicerçar suas pretensões. De todo modo, a democracia agradece.
            De tudo, o mais importante que se extrai desse momento, é que uma renovação está a bater na porta dessa paisagem política que a muito vivenciamos, mas, é imperioso que essa mudança não se restrinja apenas ao nome das pessoas, e sim na maneira de valorizar a coisa pública, na maneira de se trabalhar para o futuro, na maneira, por parte do eleitor, de se escolher um candidato. É preciso que essas novas lideranças se mantenham firmes em seus propósitos, que se apresentem de cabeça erguida ao público alvo (eleitorado), mantendo-se fiéis às suas bases e seus correligionários, não significando dizer que devem se render às pressões de uma maioria viciada no jogo sujo que se tornou a política, no “é dando que se recebe”. A título de exemplo positivo, cito o nome de Antonio Soares, filiado ao PT, também pré-candidato a prefeito, que tem mantido uma conduta coerente com seus ideais, desde a sua candidatura a vice-prefeito na chapa liderada por Marcelo de Paula Abreu nas eleições de 2004, que por sua vez é exemplo contrário.
            Não devemos acreditar que a “massa”, em sua análise primária dos candidatos, volta seu olhar às suas idéias e projetos. É sabido que, principalmente em nosso município, o que credencia uma pessoa a ser “um bom candidato”, é sua condição financeira, sua capacidade de suprir as necessidades primeiras da maior parte dos eleitores, tais como a compra do seu gás de cozinha, o pagamento de suas contas de luz e água, o transporte dos objetos das safras do ano correspondente, etc. É necessário que seja implantado um trabalho de conscientização política em nossa cidade, tendo como alvo principal as crianças e os adolescentes, mas isso, em longo prazo. Não se consegue mudar a forma como o eleitor (em sua maioria) ver a política, da noite para o dia, eis que isso está enraizado, fincado no “eu” de cada um. O caminho é o trabalho de base, a continuidade, que para se ter, precisa de pessoas comprometidas.
            Aí, quem sabe um dia, quem sabe um dia outras mudanças não se apresentem, ou mesmo a concretização desse sonho, talvez utópico, de ver as pessoas votarem conscientemente...

*João Paulo é estudante de Direito, mora em São Luís (MA)

(TB16mar2012)

 

 

Artigo
Outra face
jornal Turma da Barra

João Paulo foi jogador de futebol, experimentou uma candidatura a vereador em Barra do Corda, atualmente trabalha no poder judiciário e estuda Direito em São Luís. JP já escreveu artigos para o TB, mas é a primeira vez que incursiona na área dos poemas livres.
Veja abaixo

Outra face

*João Paulo Bezerra


Hoje conheci muito mais a fundo quem já conhecia
(ao menos no intuito do querer saber ou imaginar saber)...

Hoje conheci uma pessoa que não imaginava existir, que nunca transmitiu pra mim, ser tão pura como é... Talvez levada por um sentimento que ela mesma denomina amor,
me fez acreditar em tantas coisas que até então duvidava...

Acreditar em um sentimento puro, verdadeiro,
capaz de transpor as barreiras dos preconceitos pra derramar sobre a presença de qualquer ser,
um amor incondicional...

Pairado sobre um pensamento místico e derradeiro,
me senti bem, me senti capaz de entender um pouco daquilo que passava naquela mente,
tão duvidosa, mas tão bonita...
Capaz de me fazer deleitar sobre as mais belas estórias de amor, dos mais belos contos de fada.

Ela nunca demonstrou sentimento igual,
ela nunca tinha feito com que eu acreditasse um segundo sequer no que dizia sentir, mas, hoje...

Hoje vi diante das lágrimas, que ao mesmo tempo em que fazia de seu rosto um labirinto de águas
e transformava sua face na mais bela,
um sentimento forte lhe prendendo na mais triste das desilusões... Talvez o que tinha sido maravilhoso ontem, já não possuía mais o mesmo sabor. Talvez o que tivesse sido feito com tanta paixão,
não era, verdadeiramente, a melhor opção.

Ela nunca foi tão bela quanto sua aparência; ela nunca foi tão sincera quanto seus sorrisos;
ela nunca foi tão bela quanto seu choro espontâneo, quanto suas mãos tremulas a buscar a face para impedir que seus lábios fossem tocados por lágrimas com um gosto amargo do arrependimento...

No desencontro dos talvez’s nos encontramos...
Nas experiências compartilhadas nos entendemos comuns,
nos identificamos como aqueles que amam...

Ela não é minha amada, nem eu amado dela,
mas naquele instante era como se conhecêssemos um ao outro.

Eu não sou parte dela, mas ela é parte de mim!

Antes dela um. Depois dela outro.

*João Paulo Bezerra, barra-cordense, é estudante de Direito em São Luís (MA)



(TB/1/mai/2011)