Frades celebram terceiro ano
de sacerdócio

jornal Turma da Barra

*Frei Martinelly


            Quarta-feira, 12 de janeiro, memória litúrgica de São Bernardo de Corleone, frei Fabio Bernardo e frei Martinelly Martins, na cidade de Capanema-PA celebraram o terceiro ano de ordenação presbiteral.
            Durante todo o dia frei José de Ribamar Gomes de Sousa, no Oásis Toca de Assis, pregou aos dois sobre: Sacerdócio: Espiritualidade eucarística e mariana. Teve como ponto de partida o texto bíblico da profecia de Malaquias 2,7 que diz: “Pois os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, de sua boca se espera a orientação, porque ele é um mensageiro do Senhor dos exércitos”.
            Frei Ribamar evidenciou a semelhança entre Maria e o sacerdote na vocação, na consagração e na instrumentalidade, que a maternidade de Maria é typos da maternidade da Igreja que é exercida no ministério sacerdotal. A vocação nasce (Caná), persevera(cruz) e se renova (Cenáculo). Isso é possível a partir da experiência vivida por Maria.O sacrifício eucarístico só é possível pelo sacerdote que se sacrifica juntamente com o corpo de Cristo.
            As 19h na Igreja matriz aconteceu a concelebração eucarística. Na homilia frei Fabio destacou que não há nada que possa definir melhor a vida de um sacerdote a não ser a Eucarista, pois um padre deve viver eucaristicamente, não somente levar o Senhor, no exercício de seu sacerdócio. A maior tentação da vida de um padre não se encontra na vida afetiva ou sexual, pois o celibato e a castidade, longe de ser privação, o leva à plenitude do ser, à posse de si mesmo.
            Donde ele poderá entregar-se por inteiro, de forma radical à sua consagração e missão. O maior desafio da vida de um padre, ressaltou ele, está no poder e na tentação existente entre o fracasso e o sucesso por ser um autêntico ministro da Palavra: profeta, pastor e servo.
            Ainda estavam presentes frei Ribamar, o diácono Raimundo, e confrades: frei Jean Willyams e frei Antonio José, frei Jonas Mateus e o postulantes Renato e Wilton Júnior. Após a Santa Missa foi oferecido um jantar no Anexos Restaurante.
            Deus seja louvado pela vida e vocação religiosa e sacerdotal destes nossos irmãos.

*Frei Martinelly é barra-cordense, mora em Capanema (PA)

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(TB14jan2011)

 

 


Mensagem de páscoa

jornal Turma da Barra

 

*Frei Martinelly

            Caríssimos leitores
            Celebramos com grande júbilo a Solenidade da Páscoa, a morte salvadora de Jesus Cristo e sua gloriosa ressurreição. Ele é o Vencedor da morte que abriu para todos os homens o caminho da esperança e da vida nova. Solenidade litúrgica por excelência, a Páscoa é a fonte e o cume de todo e qualquer culto cristão. A Igreja nasce da Páscoa e através dela atualiza-se pelas estradas da vida. O evento histórico-salvífico Jesus Cristo, em sua Paixão, Morte e Ressurreição, inaugura novo tempo para toda a humanidade e se torna o paradigma de libertação/redenção de homens e mulheres.
            É Páscoa! Celebramos a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, o cumprimento n`Ele da primeira criação e o início da “nova criação”(2Cor 5,17). “É o dia que Senhor fez para nós: alegremos-nos e nele exultemos”(Sl 118). Este convite à alegria, que a liturgia de Páscoa assume como próprio, traz em si o sinal daquele alvoroço que se apoderou das mulheres – elas que tinham assistido à crucifixão de Cristo – quando, dirigindo-se ao sepulcro “muito cedo, no primeiro dia depois do sábado”, o encontraram vazio.  A ressurreição de nosso Senhor Jesus é o dado primordial sobre o qual se fundamenta a fé dos cristãos. É uma realidade estupenda, captada plenamente à luz fé, sobretudo, por aqueles que tiveram o privilégio de ver o Senhor ressuscitado.
            Ao participarmos dos ritos da Quinta-Feira Santa, da Sexta-Feira Santa e da Vigília pascal, percorremos de novo as últimas horas da vida terrena de Jesus, no final da qual resplandece a luz da Ressurreição. Juntamente com a Eucaristia, no Cenáculo o Senhor instituiu o Sacerdócio ministerial, atualizando ao longo dos séculos o seu único Sacrifício: "Fazei isto em memória de Mim" (Lc 22, 19). Depois, deixou-nos o mandamento novo do amor fraterno. Através do lava-pés, ensinou aos discípulos e ensina a nós, que o amor se deve manifestar no serviço humilde e abnegado ao próximo.
            Na Sexta-Feira Santa, dia de penitência e de jejum, recordamos a paixão e a morte de Jesus, permanecendo em adoração extasiada diante da Cruz. "Eis o madeiro da Cruz, no qual foi pregado Aquele que é o salvador do mundo". O Filho de Deus no Calvário assumiu os nossos pecados, oferecendo-se ao Pai como vítima de expiação. Da Cruz, fonte da nossa salvação, jorra a vida nova dos filhos de Deus. Cristo realizou o plano de amor e se entregou à morte, como entrega voluntária. Ao drama da Sexta-Feira seguiu-se o silêncio do Sábado Santo, dia cheio de expectativas e de esperança. Com Maria, a Comunidade cristã vigia em oração ao lado do sepulcro, aguardando que se realize o acontecimento glorioso da Ressurreição.
            Na Noite Santa da Páscoa tudo se renova em Cristo ressuscitado. De todas as partes da terra elevou-se ao céu o cântico do Glória e do Aleluia, enquanto a luz irrompeu nas trevas da noite. No silêncio fecundo da Vigília Pascal, “mãe de todas as vigílias”, a Igreja mergulha com Jesus Cristo nas profundezas da humilhação da morte (kenósis) e com Ele revive a experiência única e perene da Ressurreição, na alegria consciente de que o grão de trigo precisa morrer para produzir a vida.
            No Domingo de Páscoa exultamos com o Ressuscitado recebendo d'Ele os votos da paz. A narração do itinerário de Cristo encerra-se com o toque da trombeta pascal. Apropriemos-nos dele para nosso hino de ação de graças, para a nossa Eucaristia, por causa da nossa salvação. Se Cristo não tivesse ressuscitado, estaríamos ainda em nossos pecados (1Cor 15,17), não estaríamos salvos. O memorial da Páscoa, celebrado como evento central da fé cristã, atualiza em nossas vidas a obra da Redenção e Santificação realizada por Deus em Cristo, e nos prepara para a celebração da Páscoa definitiva na comunhão dos santos.
            O Mistério pascal não é somente uma idéia, uma doutrina ou uma instituição; em seu núcleo está uma pessoa, Jesus Cristo morto e ressuscitado. Deste insondável e inaudito mistério nunca se fala o suficiente, sendo para a fé cristã, de certo modo, tudo. Celebrar o Mistério central da nossa fé exige o nosso compromisso de atualizá-lo na realidade concreta da nossa existência. Significa reconhecer que a paixão de Cristo continua nos dramáticos acontecimentos que, infelizmente, também no nosso tempo afligem tantos homens e mulheres em todas as partes da terra. Mas o mistério da Cruz e da Ressurreição garante-nos que o ódio, a violência, o sangue e a morte não têm a última palavra nas vicissitudes humanas. A vitória definitiva é de Cristo e nós devemos voltar a partir d'Ele, se queremos construir para todos um futuro de paz autêntica, de justiça e de solidariedade.
            Que o Pai todo-poderoso, desperte em nossos corações uma fé verdadeira em Cristo ressuscitado, presente e vivo em nosso meio, vencedor da morte e do pecado.
            Com estes sentimentos, desejo  de coração  a todos uma serena e santa Páscoa!

*Frei Martinelly Soares Martins é frade barra-cordense da Paróquia Nossa do Carmo em São Luís

(TB/21/mar/08)

 

 

Em defesa da vida
jornal Turma da Barra

 

*Frei Martinelly

                A defesa da vida é a grande luta que se trava, neste momento, no coração da cultura contemporânea. Não se pode fechar os olhos e tratar com naturalidade, quando se considera “a liberalização e banalização das práticas abortivas que são crimes abomináveis, como também a eutanásia, a manipulação genética e embrionária, ensaios médicos contrários à ética, a pena de morte e tantas outras maneiras de atentar contra a vida e a dignidade do ser humano” (Documento de Aparecida 467). A luta em defesa da vida é, pois, uma batalha na contramão desta cultura de morte que se estabeleceu na sociedade, fruto de uma mentalidade materialista, hedonista e individualista. É uma mentalidade fecundada por uma concepção distorcida da ciência, causando e fomentando violações contra a vida.
                É muito fácil constatar, sem nenhum sentido de pessimismo, que a cultura hodierna, facilmente, propõe estilos de ser e viver contrários à natureza e a sacralidade do ser humano. Esta é uma conseqüência dos impactos produzidos pelos ídolos do poder, da riqueza e do prazer efêmero. A conseqüência terrível é a relativização do valor e da sacralidade da pessoa. Estes ídolos se tornam a norma máxima no funcionamento e na organização social, comprometendo valores, negando dignidades. É o resultado da opção por encaminhamentos e normatizações que descartam, de modo funesto, o sentido ético e moral como referência determinante de escolhas e de comportamentos.
                Neste âmbito está travada uma luta específica em se tratando dos processos e tentativas de legislações que venham a permitir atentados contra a vida, como o aborto. As argumentações da laicidade do estado e o respeito a liberdades são absurdos que revelam grupos, nos seus interesses particulares, e muitas pessoas, com responsabilidade de representação na sociedade, advogando procedimentos e normatizações que ferem o sentido intocável da dignidade da pessoa. É, pois, de grande importância acompanhar os desdobramentos no mundo da política, os movimentos nos parlamentos e casas legislativas, de olho nos representantes do povo para não permitir passos que possibilitem o estabelecimento da cultura da morte. Por isso, quem crê em Cristo Jesus tem, no exercício de sua cidadania, o compromisso de participação política e o dever de lutar contra a aprovação de políticas que atentam contra a vida.
            O princípio fundamental nesta luta é a defesa da vida desde o seu primeiro momento, na concepção, até o último na morte natural. A Igreja Católica está nesta luta, de corpo e alma, contando com seus discípulos e discípulas missionários na defesa da vida. A Campanha da Fraternidade 2008, “Fraternidade e Defesa da Vida”, é um confronto com esta mentalidade contemporânea, fecundada por um relativismo ético perigoso, resultado das idolatrias do poder, da riqueza e do prazer.  A CF-2008 é uma luta contra a corrente do consumismo hedonista e individualista que coloca a vida humana em função de um prazer imediato e sem limites, obscurecendo e degradando o sentido verdadeiro da vida.
            A defesa da vida inclui, pois, a promoção de uma adequada compreensão da vida como dom de Deus, exigindo de todos o empenho comprometido na luta contra o aborto, conscientizando a população e criando condições de apoio para que seja concreto o apreço pela vida; inclui, como capítulo central da preocupação pela dignidade humana, a luta e empenho permanentes na promoção e garantia das condições para que se viva segundo a grandeza desta dignidade.
            A defesa da vida é uma luta para substituir a cultura da morte pela cultura da vida. Este caminho não se percorre, recorda o Papa Bento XVI, no seu discurso inaugural da Conferência de Aparecida, prescindindo de Deus. A leitura e a interpretação da realidade que prescindem de Deus são obtusas e mutiladas. É imprescindível recompor o sentido de Deus na cultura contemporânea como horizonte ético iluminador da vida.
            Estimado leitor
            Escolhe, pois, a vida!!!!

*Frei Martinelly Soares Martins, barra-cordense, é frade da Paróquia Nossa do Carmo em São Luís

 

 

Dom Cuter ordena dois frades barra-cordenses
jornal Turma da Barra

 

Na noite de sábado 12, na igreja Matriz de Barra do Corda,
os frades barra-cordenses, frei Martinelly e frei Fabio, vão ser ordenados
pelo bispo de Grajaú, dom Franco Cuter.
Abaixo as biografias dos novos frades:

 


Frei Fabio e Frei Martinelly

 

BIOGRAFIA DE FREI MARTINELLY
 


            Frei Martinelly Soares Martins nasceu aos 23 de julho de 1981, em Barra do Corda, Maranhão. É o primeiro filho do casal Benedito Lopes Martins(in memoriam) e Maria das Neves Soares Martins. No dia 26 de setembro de 1992 na Igreja Matriz foi incorporado à Igreja pelo sagrado batismo. No dia seguinte recebeu Jesus na Santa Eucaristia. No dia 06 de agosto, aos treze anos recebeu pelas mãos de Dom Serafim Spreafico o sacramento da confirmação. Suas bases educacionais deram-se no Colégio Dom Valentin Lazzari, das Irmãs Capuchinhas de Madre Rubatto e no Colégio Nossa Senhora de Fátima, dos frades Capuchinhos.
            Ingressou no Seminário de Capanema, no Pará no dia 06 de fevereiro de 1997 e lá permaneceu por dois anos concluindo o segundo grau. Prosseguiu para São Luís em 1999 para o segundo ano de Postulantado, na Cohab-Anil, cursando o primeiro ano de Filosofia, no Instituto de Estudos Superiores do Maranhão. Em 24 de janeiro de 2000 na cidade de Macapá, no Amapá, recebeu o hábito capuchinho para iniciar o ano da provação. Emitiu os votos de pobreza, obediência e castidade aos 25 de janeiro de 2001.
            No dia 12 de fevereiro de 2001 inicia uma nova etapa na sua vida – o pós-noviciado - preparando-se mediante um contínuo amadurecimento para opção definitiva pela vida capuchinha, no convento Nossa Senhora dos Capuchinhos, no Coroadinho, em São Luís. No ano seguinte conclui o curso de Filosofia. Em fevereiro de 2003 está em Marabá para um ano fora dos estudos acadêmicos.
            Em janeiro de 2004 chega a Belém do Pará para iniciar o curso de Teologia no Instituto Regional para Formação Presbiteral, em Ananindeua-PA com a duração de quatro anos. No dia 03 de agosto de 2006 fez a profissão perpétua incorporando-se definitivamente à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Foi ordenado diácono seis meses depois, no dia 09 de dezembro por Dom Vicente Zico, arcebispo emérito de Belém, na Igreja de são Francisco de Assis. A 20 de dezembro de 2007 publica sua tese de teologia: A Estrutura e a Espiritualidade da IV Oração Eucarística.
            Ao longo de sua formação religiosa, Frei Martinelly, fora encarregado respectivamente: da pastoral vocacional (Capanema), pastoral juvenil e coroinhas (São Luís-Cohab), pastoral carcerária (Macapá-Ap), assistência espiritual da OFS e Jufra-São Luís, comunidade de são Francisco de Assis (Marabá) comunidade Itapuama (Baixo-Acará) e comunidade são José Operário e conselheiro espiritual da ENS do Ó(Belém).

 

BIOGRAFIA DE FREI FABIO

 

            Frei Fabio Sousa Bernardo nasceu em Barra do Corda a 29 de novembro de 1980, é filho de Aldo Silva Bernardo e Maria de Jesus Sousa Bernardo. Foi batizado na Igreja Matriz aos 02 de agosto de 1981. Na noite do Sábado Santo de 1996 recebera a 1ª Eucaristia e fôra crismado por Frei Leonardo Trotta no dia 30 de junho de 1996. Suas primeiras bases educacionais deram-se no Clube de Mães Djanira Neiva de Freitas, estudara na Escola Maranata, na Unidade Integrada Dom Marcelino de Milão e completou o Ensino Médio no Colégio Nossa Senhora de Fátima.
            Após um ano e meio de acompanhamento vocacional, ingressa, a 12 de janeiro de 1998, no Seminário Seráfico São Francisco de Assis em Barra do Corda. No ano seguinte foi a São Luís para o segundo ano de Postulantado e inicia o Curso de Filosofia no Instituto de Estudos Superiores do Maranhão. Ao final de 1999 resolvera não ir ao Noviciado, interrompendo a formação, volta à casa de seus pais. Durante seis meses ali permanece e em agosto de 2000 é readmitido ao Postulantado. Em 2001 foi a Macapá para ali iniciar o Noviciado dos Frades Capuchinhos e aos 20 de janeiro de 2002 professa temporariamente os votos de pobreza, castidade e obediência. Retorna a São Luís, morando no Convento Nossa Senhora dos Capuchinhos no Coroadinho, permanecendo ali por dois anos, concluiu o Curso de Filosofia com a tese não publicada: A Moral. De Immanuel Kant a Friedrich Nietzsche.
            Em janeiro de 2004 vai a Belém-Pa, onde iniciou o Curso de Teologia no Instituto Regional para a Formação Presbiteral. A 03 de agosto de 2006 professa definitivamente os votos de pobreza, castidade e obediência na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. E a 9 de dezembro  do mesmo ano, fôra Ordenado Diácono por Dom Vicente Joaquim Zico, arcebispo emérito de Belém. A 20 de agosto de 2007 publica sua tese de teologia: A Maternidade Espiritual em Santa Clara de Assis. Aspectos do feminino na tradição franciscana e clariana.
            Ao longo de sua formação religiosa, Frei Fabio Bernardo, fôra encarregado respectivamente: da catequese, animação juvenil, pastoral vocacional, Comunidades no Baixo Acará-Pa, Assistência Espiritual da catequese de Primeira Eucaristia, Coordenador da catequese de Crisma de Jovens e Adultos e Pastoral dos Enfermos no Hospital Offir Loyola.
            Por este nosso irmão, Deus seja Louvado!

(TB/10/jan/2008)