Aniversário
Barra faz 179 anos
jornal Turma da Barra
Este sábado, 3 de maio,
Barra do Corda faz 179 anos.
Hoje foi o dia em que Manoel Rodrigues de Melo Uchoa, em 1835,
declarou fundada Barra do Corda no porto da Sapucaia, na confluência dos rios Corda e Mearim.
Atualmente o município conta com uma população de 85.022 habitantes, segundo estimativa do IBGE em 2013.
Também com estimativa do IBGE em 2011, o PIB (Produto Interno Bruto) do município cordino é de R$ 565 milhões. Em 2010, o PIB foi de R$ 493 milhões.
Barra do Corda lidera a região central maranhense em termos de PIB, situando-se entre as 10 maiores economias do estado.
Barra do Corda tem 19 bairros, 8 vilas e cerca de 25 povoados.
Alguns desses povoados têm população acima de 5 mil habitantes, caso de Três Lagoas do Manduca, Santa Vitória e Ipiranga.
Mas tem déficit em emprego e renda, quando o índice Firjam (2011, ano base 2009),
que mede qualidade de vida, revela que Barra do Corda está classificada em 153º lugar entre as 217 cidades maranhenses.
A natureza doou à cidade riquezas turísticas, potencial agrícola e devida a sua localização estratégica,
no centro do Maranhão, poderia se tornar uma cidade universitária ou investir em um polo de informática.
Mas faltam políticas públicas, gestores e formadores de opinião com visão de futuro e,
principalmente, políticos comprometidos com o povo barra-cordense.
Este ano, o TB lembra e saúda o cidadão barra-cordense Frederico Figueira,
que foi deputado e governador, jornalista e fundador do jornal O Norte, o melhor e mais importante de todos os jornais barra-cordenses, que durou 50 anos, de 1888 a 1938.
Atenção: Durante todo este sábado, o TB vai publicar artigos, crônicas, e-mails e poemas
em homenagem a Barra do Corda.
Parabéns, Barra do Corda!
Salvem o patrimônio arquitetônico da Princesa do Sertão
jornal Turma da Barra*Gilberto Dias
Barra do Corda, a princesa do sertão, cidade naturalmente bela de natureza exuberante, da qual eu me orgulho de ser filho. Hoje, ao completar mais de um século e meio de existência te saúdo neste dia esplendoroso, que venham mais 179 anos. Contudo, fico triste quando vejo nas páginas das redes sociais a destruição do seu patrimônio arquitetônico, vez ou outra alguém posta uma foto de um casarão sendo demolido para dar lugar a prédios mais modernos.
Sou muito a favor do progresso, aprecio as novas tecnologias e tudo o mais que ela proporciona nos dias atuais. É imperativo que se cresça que se acompanhe a cadência do tempo e suas mudanças inevitáveis. Agora, o que estão fazendo com a história do nosso torrão é lastimável. Quando estou de férias e passeio pelas ruas, me espanto com a quantidade de prédios que já foram destruídos, como se aquilo não tivesse nenhum valor e parece que pra muita gente não tem mesmo. Infelizmente há pessoas que ainda não conseguiram associar desenvolvimento com crescimento e sem querer entrar no mérito da questão, porque eu não quero me alongar muito, só quero deixar aqui meu protesto de profunda tristeza por tudo isso que estão fazendo com a terra de Maranhão Sobrinho.
Aí, eu me pergunto: que geração é essa que não valoriza as preciosidades históricas e culturais que fazem parte da história de qualquer lugar? Por mais óbvia que seja, a resposta é a falta de educação e a falta de sensibilidade das gerações anteriores que não souberam educar seus filhos no sentido de lhes mostrar o valor de se preservar a história, a memória cultural das nossas raízes. Ponham a mão na consciência, minha gente! Eu não sei exatamente o que estão fazendo pra dar um freio nesse despropósito, não sei se existe nos planos de governo da cidade um projeto de tombamento do nosso patrimônio arquitetônico porque se não houver ou pelo menos não tomarem uma atitude, ficaremos sem referência, sem história. Acordem minha gente.
*Antonio Gilberto Dias é barra-cordense, universitário, mora em Recife (PE)
Barra do Corda
jornal Turma da Barra
O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer;
nada há, pois, novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós. (Eclesiastes 1:9-10)Eduardo Galvão
Minha terra, de meus pais e de toda minha família, do lado paterno e do materno e nela estamos há mais de um século.
Barra do Corda de natureza pródiga, paisagens lindas, cachoeiras, dois rios maravilhosos que te cercam e te abraçam.
Teus poetas, minha terra, te canta, te admira e te ama.
O povo humilde trabalhador, de tarefas no roçado de doze horas, do amanhecer ao entardecer, de sol a pique e de dias chuvosos, sempre explorado e humilhados.
De pequenos comerciantes, nossos parentes, nossos amigos que sobreviveram e sobrevivem com muito custo, de dinheiro contado e minguado.
Dos funcionários públicos federais, os mais considerados por estarem livres das perseguições da política mesquinha, uma doença.
Dos funcionários municipais, que sofreram e sofrem, a mais de um século, da dependência de prefeitos irresponsáveis e do atraso do pagamento e das demissões injustificadas.
Teus representantes estaduais, sempre foram incompetentes, nunca souberam trazer projetos para a distribuição de riquezas. Os teus filhos políticos, minha cidade, são nossa vergonha por viverem da mentira, uns malandros que usam o teu nome para tirar proveito.
Os teus administradores antigos eram povo, como os outros, que tinham carinho e te amavam, mas não tinham recursos para o desenvolvimento.
Os prefeitos de hoje uma vergonha, te rouba, te massacra e prostitui como gigolôs para tirar proveito.
Teu povo manso, sofre, sofre, sofre... desnutrição, verminoses de todas espécies.
Uma elite maldosa, que explora, explora... goza e mostra riquezas fáceis.
Somos povo alegre, dançamos festas, pulamos... dançamos, dançamos a vida toda.
Os teus Freis, queridos capuchinhos, te amaram, te amam e protege o teu povo, que educa e no passado eram os Curas que curavam o corpo e a alma.
Hoje em festa de teu aniversário quero dizer que nunca fiz nada por ti, nem um presente de dei, mas tenho amor incondicional, pois tu és o meu lar, como foram de meus pais e de toda a nossa família.
PARABÉNS MINHA QUERIDA!
*Eduardo Galvão é historiador e Vice-Cônsul do Brasil em Saint George’s - Granada
Um autêntico barra-cordense
jornal Turma da Barra
jornal Turma da Barra*Giancarlos Lima
No dia 3 de maio de 1835, Manoel Rodrigues de Melo Uchoa fundou a nossa querida Barra do Corda. O cearense foi de fundamental importância tanto na fundação quanto na expansão inicial do município. Em homenagem a Melo Uchoa, ficou o nome da praça central.
Depois de 179 anos de fundação, é um outro cearense que assume um papel de destaque na nossa cidade. Ele ganha vulto por relatar os grandes acontecimentos e descrever o dia-a-dia da nossa cidade. Através de suas capturas com uma máquina compacta, ele registra o cotidiano desse povo simples, mas de costumes bem peculiares. De vendedores de leite a comerciantes de sucesso; de jogadores de futebol amador a atletas profissionais; de pedintes a empresários locais; de lavadeiras de roupas a políticos de destaque; nada escapa ao olhar observador desse apaixonado pela nossa terra.
Os problemas sociais, os momentos políticos, os eventos trágicos do nosso trânsito caótico. Tudo é registrado com riqueza de detalhes.
Sua busca incansável pelas histórias do nosso povo, emociona e surpreende até os mais vividos nesta terra. O corpo-a-corpo com os patriarcas, faz dele um profundo conhecedor da genealogia da maioria das famílias cordinas.
Através do grupo 'Memórias de Barra do Corda’ (facebook), ele preserva o passado da nossa gente. Ruas, praças e casarões são relembrados em imagens raras que ele garimpa nos arquivos particulares das pessoas que ele visita.
Comemorações cívicas e datas importantes são imortalizadas na linha do tempo desse grupo (vale a pena conhecer). O cotidiano de Barra do Corda é uma constante nas suas publicações: As crianças caminhando com câmara de ar em direção à Pousada do Rio Corda; o rapaz chutando a bola de volta ao campo do Estádio Leandrão; um café da manhã com cuscuz e bolo ou uma visita a um ex operário da Igreja Matriz. Tudo é registrado com riqueza de detalhes e com a empolgação de quem é realmente apaixonado por esta cidade.
Para comemorar o dia 3 de maio, gostaríamos de fazer esse reconhecimento a quem não mede esforços pra divulgar a cultura local. Parabéns, Alvaro Braga. Com você, todo dia é dia de homenagens a Barra do Corda.
*Giancarlos Lima é médico barra-cordense, trabalha em Caxias (MA)
Barra do Corda: A cidade
jornal Turma da Barra*Cezar Braga
Barra do Corda, nesse 2014, completa 179 anos.
Falar dessa cidade, que eu amo, o que é uma redundância, é falar de esperanças, de desejos, de esperas...
A história de uma cidade confunde-se com a histórias das gerações que nela vivera, vivem e labutam. Nesse aspecto a história dessa cidade é, simplesmente sensacional, pois seu povo, suas lutas e sua esperanças, se constituem seu maior patrimônio.
Um povo sempre ordeiro, sempre pronto a receber os que à cidade chegam, dividindo com os "forasteiros" a verdadeira sensação de pertencimento a um lugar.
Aconteceu comigo e com muitos outros que aqui aportaram para uns dias e daqui nunca mais saíram verdadeiramente.
A cidade tem os mesmos encantamentos de antes, que nem a modernidade e o progresso, conseguiram tirar, como a conversa na praça, os campinhos de futebol, as conversas amenas nos fins de tarde.
A cidade se confunde entre o antigo e novo. Aqui, nessa cidade querida, o moderno se configura em novas escolas, nas esquinas, nas ruas asfaltadas, nos prédios que surgem a cada dia, em cada pedaço que se percebe diferente, sem, no entanto, esquecer o passado.
Eu, e acredito que muitos de nós, filhos e adotados dessa cidade, andamos por suas ruas, sentindo a sensação de estar convivendo com fatos históricos, episódios que marcaram época, revendo pessoas que são queridas e que fez da sua história, parte da nossa história aqui.
Continuo admirando minha cidade e reverenciando todas suas belezas, embora algumas mostrem sinais de envelhecimento, mesmo vivendo em constante ebulição, com um crescimento desordenado, não fisicamente, mas culturalmente, sem política de preservação dos seus rios, de sua exuberante natureza, de suas matas ciliares.
Barra do Corda, durante os últimos anos, teve seu corpo transformado, com novas avenidas, ruas asfaltadas, ruas pavimentadas, mas pouco se fez para torná-la mais atraente, mais competitiva, mais desenvolvida, mais amadurecida.
Como eu gostaria de ver a minha cidade? Como uma cidade universitária, com seus rios preservado, suas ruas bem cuidadas, sua cultura pujante e seu povo feliz.
Salve os 179 anos da cidade de Barra do Corda!
*Cezar Braga é engenheiro civil, membro da Academia Barra-Cordense de Letras
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