Pedido de linha de avião ganha corpo em BDC

 

BDC reivindica volta da aviação regional

O barra-cordense quer que as linhas de avião regionais voltem a Barra do Corda. Para isso, circula na internet um abaixo-assinado que já alcança 500 assinaturas.
Nos depoimentos, o TB registra de Francisca da Silva Sousa que salienta que Barra do Corda “representa um grande centro comercial e um aeroporto consolida esse crescimento.” Da cidade vizinha de Grajaú, Valdemon Sousa empresta seu apoio: “Sou grajauense apaixonado por Grajaú, e desejo grandemente que Barra do Corda consiga este grandioso e importantíssimo empreendimento que é nosso aeroporto regional.
Leia a crônica do escritor barra-cordense Suárez Cavalcante, que conta como foi o pouso do primeiro avião em Barra do Corda em maio de 1939. 

Assine o abaixo-assinado: Clique aqui

 

Crônica
O primeiro avião

*Suárez Pinto Cavalcante

            Uruçuí, no alto Parnaíba, município economicamente importante pela criação de gado, foi a porta de entrada de Melo Uchoa para transpor o Parnaíba. Coincidência ou não, Uruçuí, além de ponto de partida do nosso fundador, foi, também, o ponto de onde partiu o primeiro avião que pousou em Barra do Corda.
            Era um aeroplano encarnado, da cor dum bago de urucu. Biplano tão frágil que alguém na multidão dos curiosos exclamou: “Parece um papagaio de buriti, coberto de papel de seda!”
            Estavam todos na Altamira, cheios de curiosidade ante o que ia aparecer no céu: a mulequêra aprontava cenas de canalhice. “Lá se vem! Estou ouvindo um ronco de motor! Deve ser a lancha Nathália!”. O clima era um alvoroço só. E toca de chegar gente pela estrada, subindo a ladeira.
            A pista de pouso junto do campo de futebol dava aceiro para um bosque de cajuzeiros carregadinhos de frutos vermelhos e amarelos. Moleques incursionavam pelo grande quintal a furtar cajus, infernizando o ânimo de Raimundo José, dono da propriedade.
            Francisco Moreira de Sousa era o juiz de Direito e tinha tanta alegria e ânimo de conhecer o avião, que bastava um telegrama anunciando a chegada do aparelho, para se fazer, ladeira acima, com toda a família, em piquenique sob o cajual, à espera da inauguração daquele que seria o evento mais importante de todos os tempos, depois de Melo Uchoa. Até que um dia aconteceu.
            Banda de música, povaréu assanhado acorre para a Altamira a esperar a chegada do avião. Logo depois do almoço, começa a subir gente. Fora o doutor Chiquinho, que já estava lá com toda a família e cacaréus de cozinha, em piquenique, numa festança que começara de manhã cedo.
            Manhã linda de maio. Ventos-gerais. O pássaro tesoureiro revoava no céu com sua cauda em tesoura. As águas límpidas e frigidíssimas dos rios refletiam ao sol, numa cascata escamada de prata líquida, o dorso da sucuri tremeluzente dos rios. Teotônio, meio abestalhado viera do Brejo dos Caititus vender alguma coisa para comprar o necessário: sal, fósforos, querosene, alguns metros de riscado, remédio etc. Estando na cidade no momento da chegada do avião, subiu o morro “para ver o sucedido.” Na ponta do cercado dos cajueiros riscou o primeiro foguetão anunciando o sinal de que o bicho apontava lá pra bandas da Serra do Brabo.
            “Lá vem!”, gritou o primeiro moleque. “Lá! Olha ali! Acima daquela nuvem!” Um ponto distinto negrejava no azul do céu. Ao deparar-me com a vista daquele pontinho que se aproximava, longe, logo seguia um zumbido, tal qual fosse uma abelha fora de sua colméia.
            Subitamente, todos os circunstantes avistavam a coisa que se aproximava. “Lá vem!”, gritavam admiradas todas as pessoas. Pela linha do horizonte foi contornando o corpo estranho que todos viam e se bestificavam na primeira admiração.
            O ronco de vespa ia-se engrossando, na ressonância dos baixões e vales dos rios. Foi pela direção da Serra do Brabo, passando no rumo do Sertão e contornando pelo Baixão de Pedra para tomar, por algum tempo, o rumo de Santa Bárbara. Ao concluir a segunda volta, a coisa já se mostrava maior e tinha a cor vermelha. Quando passava sobre o Smith, encetou uma linha reta na direção da Altamira.
            E lá vinha, e lá vinha, e parecia baixar sobre o casario da cidade. Passou lindo pelo começo da encosta do Calvário e desceu no meio do campo, adrede preparado para o evento. Uma vaca do Buritirana bufou espantada e arremeteu mata adentro, saindo da pista de barro batido e foi-se com todos os diabos.
            O aeroplano rodopiou, levantando poeira e manobrou no sentido contrário, arremetendo no rumo da massa desatinada.
            Todos voltaram apavorados, em correria para o aceiro do campo de futebol. Quando o motor parou, retornaram todos para cima do objeto voador. Curiosidade! Os que estavam ali, faziam o papel dos primeiros índios na cena da descoberta do Brasil. Uma portinhola correu e por ela apareceu uma mão enluvada e logo um sujeito de capacete e óculos enormes puxadas para a testa. Fez um aceno amistoso e desceu para o chão, perguntando ao mais próximo pelo prefeito.
            Se não me engano, era o Joaquim Milhomem o prefeito que veio dar as boas vindas ao visitante. Troca de cumprimentos. O aviador entregou ao Paulo Rocha, chefe dos Correios e Telégrafos, um grande envelope pardo com os carimbos da APT de Uruçuí. De qualquer modo, estava inaugurada a primeira linha de correspondência entre as duas cidades. Seguiu-se o blá-blá-blá dos discursos, as comparações dos primeiros pioneiros das caravelas aos bandeirantes do nosso profundo Sertão.
            O aviador convidou as autoridades e pessoas graúdas a darem um vôo sobre a cidade. Primeiro o prefeito, seguindo-se o promotor, o chefe dos Correios (doutor Chiquinho não teve coragem), o tabelião que fez o discurso de boas vindas, até sobrou para o Raimundo Alfaiate, que era o pai do Luís, primeiro barra-cordense a entrar para um aeroclube e tirar brevê. Lembro-me ainda do arremeço do negro velho, que se desfez de uma cesta de ovos e pisou no pedal, alcançando-se para o segundo assento do aparelho.
            Antes de terminar essa reportagem, não quero me esquecer de dizer que o aeroplano se chamava Marajó. O Arlindo do Tioá alongou curioso os olhos para a cabine de comando e exclamou: “O avião tem duas manirre” [manivelas].
            Seguiu-se o cortejo, debaixo de música e muito foguetão, e vivas, mais vivas, até o Paço Municipal, onde discursos pontilhavam animados. À noite, um grande baile na Prefeitura, com muita exaltação e farta distribuição de cerveja e tiquira.

*Suárez Pinto Cavalcante, poeta e escritor barra-cordense, escreveu essa crônica em homenagem ao primeiro avião que pousou em Barra do Corda em maio de 1939. Suárez faleceu em julho de 2008 no Rio de Janeiro

NR: Essa crônica foi originalmente publicada pelo jornal Turma da Barra na edição de nº 74, de dezembro de 1995.

(TB16out2012)

 

População de Barra do Corda quer linha de avião

 

BDC faz abaixo-assinado reivindicando volta da aviação regional

Depois que o jornal Turma da Barra revelou no final de setembro que o governo federal vai reativar linhas de avião regional na região Nordeste a partir de dezembro deste ano, a população de Barra do Corda abriu um abaixo-assinado na internet, reivindicando que a cidade seja imediatamente contemplada com linhas regulares de aviação comercial.
Alguns lembram que há muito tempo a cidade merece linhas de avião, porque o município tem o maior PIB e a maior população da região central maranhense. Quem atualmente precisa viajar de avião, precisa se deslocar para São Luís, a 450 quilômetros de distância ou Imperatriz e Teresina, aproximadamente distantes 350 quilômetros. Acrescentam também que durante as décadas de 50 a 70, Barra do Corda teve linhas de avião.
Também há comentários destacando o potencial turístico, histórico e a economia pujante, que tem instalada uma multinacional e poderá receber novos investimentos de um grande grupo nacional ligado a gás e petróleo.
O TB selecionou dez comentários que estão registrados no abaixo-assinado, que é dirigido ao governo federal, particularmente à Casa Civil da Presidência da República, aos ministérios do Turismo, Defesa e Cidades, além da Agência Nacional de Aviação Civil, Governo do Maranhão e as empresas regionais.

Leia algumas opiniões e depois assine o abaixo-assinado:

"Precisamos de uma linha area em nossa cidade!! Temos quase 90 mil habitantes e isso iria melhorar o turismo em nossa cidade!! (Cleubia Lídia Ribeiro Passinho) 

Uma cidade
do porte de Barra do Corda necessita estar na rota aérea brasileira, isso ajudaria muito a cidade na economia, e ajudaria mais ainda no turismo. (Nilberto Lopes Castilho) 

Barra do Corda precisa de linha aérea. Moro em São Paulo e viajo todos os anos para a Barra com a linha aérea vai facilitar bastante o deslocamento. (Leontino Oliveira Soares)

É de grande valia tambem para as cidades circunvizinhas, como é o caso de nossa cidade. (Cleber Souza Silva) 

Além de uma boa idéia, é uma necessidade para o crescimento turístico da cidade. E ainda alavanca diversos setores de geração de empregos! Onde estão as agencias de turismo de nossa cidade, com pacotes específicos, passeios nos diversos pontos da cidade.... Onde está aquela "cara" de cidade turística? Ensino superior na área te turismo? Uma linha aérea regular em Barra do Corda, sem dúvidas, mudará a cara da cidade e a vida das pessoas! (Ricardo de Sousa Lima) 

Eu sou treinador de futebol, viajo pelo o Brasil a fora, toda vez eu tenho q ir para São luis ou Imperatriz para pegar o voo para meus destinos , isso acontecer q a cidade Barra do Corda vier uma linha aérea será mas facil para nos moradores dessa região central do Maranhão (Edelson Oliveira) 

Estudo em outro país e seria muito bom umas horas a menos de viagem para chegar em casa (Rhennoyro Carneiro Pompeu) 

Meu sonho é sair de olimpia e chegar a barra do corda de avião, pois, todo ano emfrento o mesmo problema, o mesmo cansaço, tendo de ir até são luis ou imperatriz e pegar o ônibus pra chegar ao meu destino final (Apoleana Lima) 

Um aeroporto para a cidade de barra do corda iria trazer um crescimento exponencial, principalmente no comércio e abrindo a possibilidade de surgir grandes empresas para o município (George Vinícius Constâncio Rodrigues Macedo) 

Nós merecemos nós somos a maior economia do centro sul maranhense (Rodrigo de Araújo Campos)"

Assine o abaixo-assinado: Clique aqui

 

(TB10out2012)